Foto: Câmara de Valongo

A Câmara de Valongo aprovou três acordos de cooperação para implementar projectos de inovação social ligados ao voluntariado e à deficiência.

São três projectos que vão trazer “mais-valias” na área social, garantiu a vereadora Manuela Duarte durante a última reunião de executivo.

Apresentado pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, o “Programa Chave de Afectos”, tem como missão minimizar e prevenir os riscos do isolamento da população sénior residente na Área Metropolitana do Porto, promovendo o seu bem-estar e permanência no domicílio. O seu objectivo é criar uma rede integrada de entidades locais com componente tecnológica e humana que monitoriza os idosos de forma continua, através do serviço de teleassistência e recurso ao voluntariado.

O projecto passa pela capacitação dos técnicos; monitorização constante do problema social no território e avaliação de impacto social; gestão integrada e partilhada da informação através de plataforma on-line; angariação e formação de voluntariado; acreditação Rede Chave de Afectos e integração de boas práticas do território; e divulgação periódica de resultados do programa.

O Chave de Afectos exige um investimento de 632 mil euros em três anos, cabendo à câmara de Valongo uma verba de 12.500 euros, enquanto investidor social.

A autarquia justifica a adesão com o facto de o programa se enquadrar no Pllano de Desenvolvimento Social 2016/2020 do concelho ao garantir mecanismos de protecção e acompanhamento à população sénior e implementar uma rede local de apoio a seniores em perigo (pessoas isoladas, em solidão, vítimas de maus tratos e negligência).

O acordo de cooperação para três anos, com a Misericórdia do Porto, foi aprovado por unanimidade.

Na área do voluntariado, foi ainda aprovado o acordo de cooperação para a implementação do projecto de inovação social “VOAHR Municípios – voluntariado organizado para uma acção humanitária de referência”, no âmbito da Área Metropolitana do Porto. A iniciativa já foi testada enquanto projecto-piloto e procura agora ser replicada em maior escala.

Apresentado pela entidade Pista Mágica, enquanto escola de voluntariado, pretende capacitar as organizações na gestão dos seus voluntários, dotando-os de competências e ferramentas apropriadas. O custo para cada município será de cerca de 7.000 euros.

“Estes dois projectos são na área do voluntariado, mas enquanto um tem mais a ver com a organização e a qualidade que dá ao serviço do voluntariado, na formação, o outro é para por o voluntariado a trabalhar”, definiu a vereadora da Acção Social.

Mas o projecto “nobre” é o da “Casa do Xisto: a arte para a (d) eficiência” que quer “estimular a autonomia das pessoas com deficiência através das artes, dos ofícios e do desporto”, ampliando a rede que existe de resposta à deficiência no concelho.

O protocolo com a EDUCASOM – Associação de Artes e Cultura cede o edifício Escola do Xisto para implementar o projecto “de carácter pontual e contínuo destinado à pessoa com deficiência, no sentido de estimular a sua autonomia e bem-estar, através das artes, ofícios e desporto, responde à necessidade de ampliar a rede de respostas institucionais para este público, assim como à necessidade de potenciar/desenvolver capacidades individuais legitimando o lugar social activo da pessoa com deficiência”.

O orçamento global apresentado para o projecto, com a duração de três anos foi de 600 mil euros e a candidatura apresentada foi aprovada com o valor global de 474 mil euros, sendo que 331.807 euros correspondem a financiamento publico e 142.203 é a comparticipação do investidor social, a autarquia.

Este projecto “gera impacto nas famílias e contribui para a conciliação da vida profissional e familiar”, destacou Manuela Duarte. “A partir de Setembro as obras já estarão concretizadas e o projecto pronto a funcionar”, acrescentou.