A avenida Gaspar Baltar, em Penafiel, voltou  a acolher o concurso da cebola, em dia dedicado ao S. Bartolomeu e ao cooperativismo, iniciativa organizada pela Câmara de Penafiel que conta com o apoio dos técnicos da direcção regional de agricultura, cuja edição, deste ano, foi ganha por Belmira Carvalho, produtora oriunda da freguesia de Milhundos.

Ao Verdadeiro Olhar, a vencedora, referiu que a atribuição do primeiro prémio qualidade foi um reconhecimento pelo trabalho que vem fazendo em prol desta cultura.

“Não foi a primeira vez que obtive um prémio, dado que já participo na feira há vários anos, mas vencer tem sempre um sabor especial”, disse, salientando que já a sua família produzia cebola e a vendia na feira.

Sobre a qualidade da cebola, Belmira Carvalho defendeu que este ano, apesar de muitos se queixarem da falta de água, a sua cebola é de qualidade e teve uma produção na ordem das 25 mil toneladas.

“Apesar do ano ter sido seco, não tive falta de água, tive bastante cebola, de boa qualidade, e este tempo é óptimo para a cultura”, referiu, manifestando confiança que vai conseguir escoar até domingo as 12 toneladas que trouxe para a Av. Gaspar Baltar.

“Esta é uma iguaria muito apreciada e apesar da diferença de preços praticados na feira acredito que a boa cebola vai ser vendida. Se vender antes vou embora mais cedo”, frisou, confessando que está a vendê-la a 50 cêntimos o quilo.

“É um preço justo se tivermos em conta o trabalho que a sua produção implica. É uma cultura que exige alguns cuidados e muita mão-de-obra”, destacou, salientando que a cebola  garrafal, a que produz em maior quantidade, é excelente para acompanhar com saladas e outros condimentos e a que tem mais procura.

Falando da organização da feira, Belmira Carvalho reconheceu que este certame dá vida à avenida, ao concelho e ajuda a promover o município.

Maria Margarida Barros, de Guilhufe, Penafiel, vencedora do segundo prémio, mostrou-se igualmente satisfeita com o prémio obtido.

“Já arrecadei vários prémios, no ano passado obtive o primeiro prémio, mas este ano fiquei com o segundo, o que é sempre de assinalar”, confessou, adiantando que faz a feira há quase 40 anos.

“É uma tradição muito antiga e um negócio de família que começou com os meus pais. Recordo-me que há uns anos atrás, a feira não tens as dimensões de hoje. Vínhamos na véspera e vendíamos no dia 24. Tínhamos apenas um dia para fazer negócio. Hoje os produtores têm vários dias para escoar o produto”, avançou.

Quanto à produção, Maria Margarida Barros defendeu que este ano teve uma produção farta, de qualidade, tendo produzido mais de 25 toneladas.

Manuel Carvalho, produtor, também da freguesa de Milhundos, voltou a vencer o prémio quantidade.

Ao nosso jornal, o produtor reconheceu que sendo um repetente, arrecadar um primeiro lugar tem sempre um  significado diferente.

“Todos os prémios têm a sua história e apesar de ter vencido nos últimos cinco anos o prémio quantidade, este, também, é especial”, atestou.

Manuel Carvalho concordou, também, que apesar de este ano ser um ano seco, a produção de cebola foi em abundância e de qualidade.

“Aqui na feira tenho 24 toneladas, mas todos os anos tenho escoado uma média de 60 toneladas”, afiançou, garantindo que vai permanecer na Av. Gaspar Baltar até domingo e só volta para casa quando escoar as muitas toneladas que trouxe.

Paulo Jorge, vencedor  do prémio Jovem, residente em Penafiel, confessou estar radiante com a obtenção do prémio.

“É o reconhecimento de um trabalho e um estímulo para continuar a produzir cebola de qualidade”, assegurou,  corroborando que a cebola produzida este ano é de qualidade e com o calibre adequado.