A Câmara de Paredes distinguiu 21 instituições e personalidades na sessão solene comemorativa do feriado municipal, que se assinalou esta segunda-feira. A cerimónia decorreu no salão nobre dos Paços do Concelho.

Entre os distinguidos com a medalha de ouro do município destacam-se os nome do conhecido jornalista Carlos Daniel; do treinador, Jaime Pacheco; do ex-autarca  de Parada de Todeia, Joaquim Sousa Leal; da fundadora do Colégio Casa-Mãe, em Baltar, Maria Lídia Coelho; e de Albino Fernando Rocha, de Vilela, marceneiro, que foi o porta-voz de todos os marceneiros do concelho, numa alusão à importância que esta actividade económica tem no município.

A cerimónia comemorativa consagrou, também, quatro empresas com ligações a multinacionais: a Eurofins Lab Environment Testing Portugal, Laboratório de análise de amianto em ar e materiais de construção; a Manitowoc Crane Group Portugal Lda – Gruas e Guindastes – Baltar, empresa internacional responsável pela construção de gruas;  o Vincendeau – Atelier de Produção, Usinagem, Engrenagem e Transmissão, Lda e a Vygon Portugal – produtos médicos e farmacêuticos Lda.

Foram ainda homenageadas com a medalha de ouro do município, a delegação da Cruz Vermelha da Sobreira, várias cooperativas (Cooperativa Alvrágua CRL – Cooperativa de Prestação de Serviços de Fornecimento de Água ao Domicílio em Alvre; Cooperativa de Habitação Económica “O Ninho”, em Baltar; Cadopato – Cooperativa de Água Domiciliária de Parada de Todeia; Povar – Serviço de Água Domiciliária de Recarei; Água Viva – Associação de Consumidores de Água da Sobreira; Associação de Águas de Santa Comba; Cooperativa Popular Águas de Casconha; Copágua – Cooperativa Popular Águas Centro da Sobreira e Freguesia da Sobreira Águas ao Domicílio de Vilar), assim como as juntas de freguesia Gandra e Recarei, responsáveis pelo abastecimento de água na zona sul do concelho.

O presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, recordou que é um dever dos agentes políticos homenagear as instituições, entidades e individualidades que se distinguiram e contribuíram para o reconhecimento do nome do município.

“O ponto alto das comemorações das festas de Paredes são as comemorações que o executivo municipal resolve, todos os anos, atribuir a personalidades, associações e instituições do concelho que, em diferentes domínios, se destacaram e contribuíram para afirmar o município assim como para a sua dinâmica”, disse, salientando que um concelho que não sente as suas gentes não é digno dessa gente.

“Um concelho só o é na sua plenitude quando reconhece as suas instituições, preserva as suas raízes e releva os feitos das suas gentes e por isso esta é uma cerimónia fundamental na minha vida de autarca”

Referindo-se à sessão comemorativa do feriado municipal, o autarca referiu que é fundamental, à semelhança do que já é feito nalgumas freguesias, que os actores e os agentes políticos enalteçam o papel das associações e colectividades na participação cívica e no contributo que dão para o desenvolvimento do território.

“As associações só valem, só singram porque têm pessoas de qualidade a trabalhar e a presidir a essas instituições. Um concelho só o é na sua plenitude quando reconhece as suas instituições, preserva as suas raízes e releva os feitos das suas gentes e por isso esta é uma cerimónia fundamental na minha vida de autarca. É desta forma que dignificamos o território, as suas empresas e os seus agentes económicos”, frisou.

Falando dos critérios que presidiram à selecção e triagem das cinco personalidades, Alexandre Almeida, realçou que a escolha de executivo municipal teve em conta a importância da marcenaria na actividade económica no concelho, referindo-se aos restantes homenageados (Carlos Daniel, Jaime Pacheco, Joaquim Sousa Leal, Maria Lídia Coelh e Altino Rocha) como figuras que têm contribuído para projectar e dar visibilidade ao município.

“A figura do marceneiro sempre ocupou um lugar de destaque em toda a actividade económica do concelho”

“A figura do marceneiro sempre ocupou um lugar de destaque em toda a actividade económica do concelho. Carlos Daniel é um paredense de gema, um dos melhores jornalistas, com conhecimentos acima da média. Jaime Pacheco é uma figura ímpar que ganhou um campeonato ao serviço do Boavista, foi internacional A, esteve no Mundial de 1986, venceu a Supertaça e a Taça de Portugal. Já Joaquim Sousa Leal, ex-autarca de Parada de Todeia, deu tudo à causa pública, esteve sempre ao serviço da população, esteve ligada aos Bombeiros de Cete e a outras associações, enquanto Maria Lídia Coelho, fundadora do colégio Casa Mãe, que recebeu já uma medalha de ouro do concelho, é uma figura ímpar no desenvolvimento do ensino particular no município”, sustentou, acrescentado que o executivo municipal encara, também, o ensino como um vector determinante no desenvolvimento do território.

Quanto à delegação da Cruz Vermelha da Sobreira, Alexandre Almeida reconheceu que era de inteira justiça o executivo atribuir a medalha de ouro a esta instituição, depois da delegação da Cruz Vermelha de Vilela já ter sido distinguida com o mesmo galardão.

“A delegação da Cruz Vermelha Sobreira sempre desenvolveu um papel fundamental determinante no socorro e no apoio às populações do sul do concelho pelo que este reconhecimento é inteiramente justo”, assumiu.

No que concerne às quatro empresas distinguidas, o autarca paredense justificou a escolha destas quatro unidades empresariais com o facto de serem de áreas que não o mobiliário, e fazendo parte de uma estratégia de diversificação do tecido económico e empresarial que este executivo pretende implementar.

“Quisemos mostrar que o tecido empresarial é diversificado, que integra no seu território  empresas de capital estrangeiro ligadas a multinacionais”, expressou.

Quanto às cooperativas e às duas juntas de freguesias distinguidas (Gandra e Recarei), o edil relevou o importante contributo que estas entidades desempenham no abastecimento de água na zona sul do concelho.

“Neste momento está a decorrer um processo negocial com a Bewater que tem a concessão de água e saneamento em Paredes,  empresa que nunca entrou na parte sul do concelho porque aí existem estas cooperativas que de forma oficial fornecem e vão continuar a fornecer água. Sem as cooperativas não existia água na parte sul do concelho”, manifestou.

Do lado dos galardoados, Jaime Pacheco ressalvou a importância de ser reconhecido pelos agentes políticos do concelho de onde é natural.

“Podia ter nascido noutra terra, mas tive a felicidade de nascer em Lordelo. Nunca esqueci as minhas origens. As instituições não se esqueceram de mim e fico reconhecido pela homenagem e pela forma acolhedora e familiar como sempre me trataram. Valeu a pena todo este percurso”, sustentou.

Maria Lídia Coelho afirmou estar, também, grata pelo reconhecimento e prometeu continuar a lutar pelo ensino no concelho.

“Foram muitos anos de trabalho e história pelo trabalho desenvolvido à frente da instituição. Foi um sonho ter conseguido o que consegui, amo o que faço e vou continuar a fazer o que faço em honra do meu filho Tiago”, adiantou.

Joaquim da Silva Leal, ex-autarca de Parada de Todeia durante 22 anos, mostrou-se, também, reconhecido pelo galardão.

“Julgo que esta homenagem é um reconhecimento pelo meu trabalho. Sempre cumprir com o meu dever cívico”, asseverou.

Já Carlos Daniel retribuiu o galardão que lhe deram, manifestando estar grato pela homenagem que partilhou com a mulher, os pais, os filhos e os demais familiares presentes na cerimónia.

“É o reconhecimento do meu trabalho e sinal de que as pessoas valorizam o que fiz. Sempre mantive uma relação muito próxima ao concelho. Foi aqui que nasci e cresci, onde tenho os meus amigos, joguei à bola e aprendi a andar de patins”, anuiu.

A cerimónia ficou, também, marcara pelo recital de violino da autoria de Francisca Flores, do Conservatório de Música de Paredes.