Está agendado, para 5 de Dezembro, o início do julgamento de um homem acusado de matar a mulher em contexto de violência doméstica, em Penafiel. O crime aconteceu em Fevereiro deste ano e o homem está em prisão preventiva. Ao que tudo indica terá sufocado a mulher depois de uma discussão quando esta estava embriagada. O corpo da vítima foi abandonado no mato em Rio de Moinhos.

Em causa, diz o site da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, estão um crime de violência doméstica agravado, um crime de homicídio qualificado e de um crime de profanação de cadáver.

O Ministério Público relata a existência física e verbal entre o casal. “O Ministério Público considerou suficientemente indiciado que, desde o ano de 2020 o arguido e a vítima mantiveram uma relação análoga à dos cônjuges (fixando residência inicialmente em Espanha e desde Fevereiro de 2021 em Penafiel) marcada por frequentes episódios de violência física infligidos pelo arguido (um dos quais encontrando-se a vítima grávida, acabando por perder o feto); violência verbal e ameaças de morte proferidas pelo arguido à vítima, com frequentes rupturas e reconciliações do casal”, diz nota da Procuradoria.

Da mesma forma, refere a mesma fonte, há indícios de que o arguido obrigava a mulher a drogar-se com comprimidos. “Por diversas vezes, antes de se ausentar para o trabalho, e fazendo uso da força física obrigava a vítima a tomar cerca de 10/12 comprimidos, por forma a que esta ficasse a dormir, sem reacção e sem possibilidade de sair de casa”, trancando ainda a porta e levando a chave.

A 8 de Dezembro de 2021, relata a acusação, o homem agrediu a vítima com violência, tendo a mesma necessidade de ser assistida medicamente.

A morte da mulher terá acontecido na noite de 16 para 17 de Fevereiro de 2022. “No interior da residência do casal após manterem relações sexuais, e encontrando-se a vítima alcoolizada, gerou-se uma discussão entre esta e arguido, tendo este decidido tirar-lhe a vida.  Para o efeito, nessa madrugada, no interior da residência, o arguido, aproveitando-se do estado de embriaguez da vítima, usando a força física, com uma das mãos agarrou-lhe o pescoço e, por forma não concretamente apurada, ocluiu totalmente a boca e o nariz da vítima até que a mesma deixasse de respirar, o que sucedeu, tirando-lhe assim a vida”, afirma o MP.

Depois do assassinato, o homem ainda tentou encobrir a morte. “Desnudou a vítima, tendo despejado toda a sua roupa (a que a vítima trajava e a que se encontrava no interior da residência) num contentor do lixo”, e depois disse a todos que ela teria abandonado a residência onde viviam.

Por último, desfez-se do corpo, no dia 20 de Fevereiro, transportando e abandonando o cadáver, nu, até uma zona de mato florestal em Rio de Moinhos, Penafiel.

O corpo haveria de ser encontrado apenas uma semana depois.