O PSD Valongo emitiu um comunicado criticando o “executivo em regime de part-time” existente em Valongo, com “a ausência permanente do presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, quando “os problemas que afectam o município são de tempo inteiro”.

“Valongo está abandonado à sua sorte pelo executivo Socialista, com um presidente mais preocupado com o seu futuro político, após 12 anos na liderança de um município sem obra para apresentar, e um executivo em part-time, que olha para as funções municipais como quem dá o seu tempo de carolice a um clube desportivo ou associação recreativa”, aponta o presidente do PSD Valongo, Hélio Rebelo.

A “situação é ainda mais preocupante quando se considera que a falta de investimento nos equipamentos municipais”, sendo exemplo da “negligência do executivo municipal socialista” o abatimento do Estádio Municipal de Valongo, “que deixou centenas de atletas sem campo para a prática desportiva, situação que poderia ter sido evitada se ao longo dos anos fossem realizados trabalhos de manutenção e correcção de anomalias existentes no equipamento”, argumentam os social-democratas.

Argumentando que “é inadmissível” que a Autarquia de Valongo não faça a manutenção dos espaços desportivos, o PSD afirma ainda que a degradação do Estádio Municipal “é um reflexo da falta de prioridade dada pelo executivo municipal socialista à promoção do desporto e da actividade física”. Pede ainda “medidas urgentes para reparar o equipamento e garantir que outras infraestruturas desportivas do município não caiam em situações semelhantes, nomeadamente os pavilhões e gimnodesportivos municipais, que nas várias freguesias têm sido deixados esquecidos”.

Hélio Rebelo acusa, mais uma vez, o actual executivo de falta de visão de desenvolvimento: “A herança do presente executivo será o aumento do custo da água, a maior taxa de desemprego dos municípios limítrofes do Porto, um aumento do custo da habitação, um transito caótico e uma mobilidade impossível – abdicando do metro no concelho – falta de acesso a cuidados primários de saúde, infra-estruturas municipais deterioradas e sem manutenção e a construção de um novo edifício dos Paços do Concelho de investimento megalómano, a ser pago pelas próximas gerações”, resume.

Decisão de construir o equipamento numa zona de minas foi “descarada e irresponsável”

Em resposta ao Verdadeiro Olhar, o executivo liderado por José Manuel Ribeiro também lança acusações ao principal partido da oposição. “O PSD Valongo em vez de nos surpreender com um pedido de desculpas por mais uma pesada e escondida herança, surpreende-nos pela falta de memória e descaramento sem precedentes”.

“O investimento efectuado nos últimos nove anos pelo actual executivo em infra-estruturas desportivas e culturais, que herdamos do anterior executivo PSD – em estado deplorável – é evidente e incontornável. Temos hoje mais e melhores infra-estruturas desportivas e culturais”, garantem os socialistas.

Sobre o Estádio Municipal, os comentários dos social-democratas “já não são só descarados, mas irresponsáveis, tal como foi a decisão do PSD de construir um equipamento daqueles numa zona de antigas minas de extracção de ardósia e onde o PSD sabia que existiam essas minas, assim como muitos poços de ventilação dessas minas”, sustenta o executivo do PS em resposta escrita. “Essa zona foi mal aterrada e nesse aterro construído o estádio municipal de Valongo. Construir um equipamento destes nesse local e com essas condições foi mais uma decisão errada do executivo PSD e um problema gravíssimo que nos deixaram”, reiteram ainda, garantindo que, desde que são executivo, e visto que o terreno está a ceder, têm vindo a procurar “mitigar este problema gravíssimo” com “intervenções pontuais.

“A resolução desta pesada e escondida herança deixada pelo PSD vai agora exigir muitos recursos à Câmara de Valongo. Se somarmos o que vai ser investido com o que já foi gasto a reabilitar os balneários e nas várias manutenções e intervenções preventivas ao longo dos últimos nove anos, possivelmente iremos gastar mais dinheiro que o estádio custou ao PSD”, frisa a resposta.

“Foi uma decisão tecnicamente mal projectada, mas principalmente politicamente desastrosa, apanágio da governação de 20 anos do PSD na Câmara de Valongo”, conclui o PS.