O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, voltou a fazer duras críticas ao Governo e ao primeiro-ministro, António Costa, defendendo a concretização de obras e investimentos fundamentais para o concelho e para a região do Vale do Sousa.

O chefe do executivo, que participou no jantar da tomada de posse da nova estrutura concelhia, liderada por Agostinho Guedes, que contou com a presidente do partido, Assunção Cristas e o vice-presidente do CDS-PP e eurodeputado, Nuno Melo, lamentou que um doente possa tenha de esperar mais de três anos por uma consulta de cardiologia no Hospital de Penafiel.

“Em Penafiel está situado o Hospital Padre Américo que juntamente com o Hospital S. Gonçalo de Amarante integra o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa que serve uma população de 450 mil habitantes. Um doente por falta de investimento deste Governo, por desleixo, por desconsideração para com esta região para ter uma consulta de cardiologia neste centro hospitalar tem de esperar três anos. Isto é uma vergonha e uma desconsideração pela região do Tâmega e Sousa”, disse.

“Quando o anterior Governo terminou as suas funções esta obra estava concursada e faltava apenas adjudicar a obra. este Governo, nos três anos e meio que leva de funções, a única coisa que decidiu foi integra-la no Plano de Investimentos para 2030”

O autarca aproveitou a presença dos dirigentes nacionais e distritais do CDS-PP para reiterar  as criticas ao actual Governo socialista, liderado por António Gosta, sobre o IC35, itinerário complementar previsto há cerca de 20 anos e que continua por concretizar.

“O IC35 é um itinerário complementar que está projectado já lá vão 20 anos. Quando caiu a ponte de Entre-os-Rios e a pretexto dessa tragédia, a Assembleia da República aprovou por unanimidade uma resolução que conferia urgência máxima a essa obra que pretende ser alternativa a um das mais pressionadas estradas do país, são 13 quilómetros, de Penafiel a Entre-os-Rios, por onde circulam cerca de 17 mil viaturas por dia e que nos últimos 15 anos deu origem a mais de 700 acidentes, mais de 500 vítimas. Estamos a falar de uma alternativa que permitiria o desenvolvimento do sul do concelho, mas, também Castelo de Paiva, Marco de Canaveses, Resende e Cinfães”, espessou, recordando que a região do Tâmega e Sousa é uma das regiões mais deprimidas e que necessita de de uma discriminação positiva,

“Aquilo que vemos é exactamente acontecer o contrário. Muita conversa a propósito do interior mas depois, na hora da verdade, quando é preciso tomar decisões, elas não aparecem. Quando o anterior Governo terminou as suas funções esta obra estava concursada e faltava apenas adjudicar a obra, este Governo nos três anos e meio que leva em funções, a única coisa que decidiu foi integra-la no Plano de Investimentos para 2030. Isto é uma clara provocação para a região do Tâmega e Sousa”, acrescentou.

O presidente da Câmara De Penafiel recordou, também, Assunção Cristas foi a única que na qualidade de ministra visitou a Agrival, a maior feira agrícola do Norte do país, que marcou presença neste certame, estranhando a ausência do Governo do PS, desde que assumiu funções, nesta feira.

“Em Agosto de 2011 veio na qualidade da ministra da Agricultura inaugurar a maior feira agrícola do país, foi na 32.ª edição, mas apesar de ser a maior feira agrícola do Norte do país nunca tinha tido um ministro na sua inauguração. Foi a primeira ministra da agricultura que  veio a Penafiel inaugurar a Agrival. Esteve em  2001 e voltou novamente em 2015. Desde que o actual Governo assumiu funções nunca mais tivemos nenhum ministro da agricultura na Agrival, nem da agricultura, nem de nada, nem ministro, nem secretário de Estado, nem o director-geral. Isso não é uma desconsideração apenas para Penafiel ou para o presidente da câmara é uma desconsideração para toda esta região do Tâmega e Sousa, uma região com mais de meio milhão de habitantes, uma região que tem uma população próxima dos dois arquipélagos, o da Madeira e dos Açores”, afiançou, solicitando à dirigente do CDS-PP para que seja a porta-voz das preocupações do município penafidelense e da região do Tâmega e Sousa, uma população que integra cerca de meio milhão de habitantes, junto do Governo.

“Ainda esta semana o Pedro Mota Soares abordou este tema para mostrar a incapacidade e incompetência deste Governo em executar um programa de investimentos que estava pensado, planeado e que tinha as verbas associadas a ele”

Assunção Cristas, na sua intervenção, reiterou o compromisso de continuar a pugnar ao lado do presidente da Câmara de Penafiel, fazendo pressão junto do Governo para que o IC 35 seja efectivamente uma realidade.

“A saúde a par do investimento são as duas realidades de que as pessoas mais se queixam. Ainda esta semana o Pedro Mota Soares abordou este tema para mostrar a incapacidade e incompetência deste Governo em executar um programa de investimentos que estava pensado, planeado e que tinha as verbas associadas a ele, mas como é evidente as verbas não chegam para tudo, o Governo fez escolhas e depois não chegam para outras opções seja na saúde, seja nos investimentos. Continuaremos a levar estes assuntos ao parlamento”, concretizou, realçando o estatuto do cuidador informal está no centro das atenções do CDS-PP e que o partido vai apresentar esta quinta-feira uma proposta sobre o cuidador informal.

A líder do CDS-PP reconheceu que 2019 será um ano decisivo marcado por duas eleições, as europeias, agendadas  para 2019, e as Legislativas, a realizar  em Outubro. Sobre as europeias, Assunção Cristas manifestou que estas não são eleições secundárias, recordando que no Parlamento decide questões fundamentais como a dos impostos, a união bancária, e a energia.

“Um dos maiores desafios passa por combater o isolamento energético da Península Ibérica. Tem de haver um mercado a funcionar. Temos um Governo que tem tido m voz tranquila, suave capaz de acautelar os interesses dos portugueses”, atalhou, realçando ser fundamental Portugal ter uma voz fundamental na discussão da agenda do mar, com a saída do Reino Unido da União Europeia.

“A Europa é aqui que se joga todos os dias. Expliquem a todos os amigos, familiares que as europeias não é uma eleição longínqua e tem repercussões diretas nas nossas vidas”, atalhou.

A presidente do CDS-PP ressalvou, também,  a importância das eleições legislativas, criticando a carga fiscal máxima do Governo e serviços públicos mínimos.

“Demonstra incapacidade de governar em áreas como a saúde, consultas adiadas, listas de espera a crescer, cirurgias canceladas, greves em todo o sector, dividas que disparam. Directores que se demitem que são incapazes de suportar esta hipocrisia do Governo. Isto é inédito”, confessou.

Assunção Cristas criticou, também, a baixa taxa de execução da ferrovia do plano de investimentos e das obras públicas para 2020, de apenas 8% e advertiu para a necessidade de modernizar este meio de transporte.

“Vamos buscar comboios a Espanha porque não os há em Portugal, já são velhos e ainda assim acontece uma situação destas. Esta situação é um exemplo deste Governo, que está sem motor, está desnorteado, comete erros. Perdeu a oportunidade de ouro que lhe deu a conjuntura externa, baixas taxas de juro, dinheiro barato. Este Governo não aproveitou. Não fez o que deveria ter feito. Há países intervencionados que estão à nossa frente. Podemos fazer mais e melhor”, afiançou, reforçando que o CDS é a única oposição sistemática que confronta o Governo com os problemas reais que afectam os portugueses”, sustentou

A dirigente nacional centrista esclareceu que o CDS-PP foi o único partido que apresentou um programa nacional de investimentos e reformas preconizando investimentos para o interior, a área da água, investimentos para armazenar água, no domínio das alterações climáticas.

“Temos de ter uma agenda para os mais idosos, para a natalidade. É possível fazer mais para ajudar as pessoas a concretizarem os seus sonhos de vida, temos propostas para a fiscalidade. Tivemos a coragem de apresentar um benefício fiscal para o interior”, acrescentou, defendendo uma maior aposta na economia digital como forma de potenciar o crescimento e o desenvolvimento.

“Três anos de espera por uma consulta de cardiologia no Hospital Padre Américo pode ser a diferença entre viver ou morrer e o Governo não se importa”

Falando da saúde, o eurodeputado Nuno Melo reforçou a necessidade do Governo investir mais na saúde, recordando que faltam meios, a que aumentaram as dívidas aos fornecedores, as listas de espera, os atrasos nas cirurgias e a falta de material médico e cirúrgico.

“Os serviços públicos são uma miséria. Tudo o que depende do Estado gera o caos. Três anos de espera por uma consulta de cardiologia no Hospital Padre Américo em Penafiel, pode ser a diferença entre viver ou morrer e o Governo não se importa. Uma pessoa que tenha uma cardiopatia grave que se sinta mal, que queira saber o que tem, tem de esperar três anos é a diferença entre a marcação da consulta ou do obituário. Não chega pagar impostos. É preciso ter o retorno desses impostos”, concretizou, acrescentando que os portugueses estão fartos de pagar impostos.

” Estamos fartos de impostos, a dívida continua a crescer assustadoramente, no final do mês feitas as contas, cada português paga muito mais impostos mas vive com a ilusão que tem mais dinheiro no bolso. Temos as entidades independentes que aferem as contas publicas e o que se passa  do ponto de vista da fiscalidade e confirma que temos a maior carga fiscal dos último 22 anos e o Dr. António Costa passa a viva a dizer que não e as pessoas acreditam”, afirmou.

Nuno Melo mostrou-se, também, preocupado com o facto do Governo PS ter votado uma proposta do francês Pierre Moscovici que permite que os países da União Europeia lancem impostos sobre o nosso país.

” A União Europa não pode lançar impostos  sobre os portugueses porque os portugueses enquanto país com assento no Conselho Europeu tem direito de veto. À socapa sem ninguém saber,  numa proposta de Pierre Moscovici de acabar com esta unanimidade quiseram fazê-lo em relação aos impostos e querendo que apenas 16 países possam decidir impostos e houve quatro países apenas que votaram a proposta Portugal, França. Espanha e Itália e isto é grave. Sendo decidido por maioria estamos a falar de quaisquer impostos”, adiantou, sublinhando: “Portugal tem a maior carga fiscal dos últimos 22 anos. É normal que para o PS, para António Costa que além da carga fiscal a que o país está sujeito, aos impostos que cobram em Portugal, ainda se somem impostos europeu. O CDS-PP diz não porque os impostos são uma área de soberana”, asseverou