A Câmara de Paredes pediu à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que dê garantias de que a ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, vai trabalhar em pleno, ou, em alternativa, que seja colocado um emissário desde a saída do equipamento até à ETAR de Campo, protegendo assim o Rio Ferreira e as populações, sobretudo a de Lordelo.

A informação surgiu em resposta ao PSD, que levantou a questão naquela que foi a primeira reunião de executivo deste mandato.

O presidente da Câmara, Alexandre Almeida, começou por pedir que todos estejam “imbuídos do espírito de defesa dos interesses de Paredes”. Ricardo Sousa, pelo PSD, prometeu: “da nossa parte terá uma oposição construtiva, sem nunca pessoalizar, porque em causa está Paredes e o seu futuro”.

De seguida, o eleito social-democrata lembrou o “problema grave” que afecta Paredes, sobretudo Lordelo e Rebordosa, causado pela ETAR de Arreigada. “Quais são os passos a dar e responsabilidades a pedir, nomeadamente ao Município de Paços de Ferreira, que tem feito ouvidos moucos ao que é dito deste lado e que tem prejudicado muito o concelho de Paredes?”, questionou.

Alexandre Almeida afirmou que abordou o tema na tomada de posse da Junta de Freguesia de Lordelo, assumindo que “uma das grandes preocupações este mandato em Lordelo é a questão da ETAR de Arreigada, que tem de ser resolvida de uma vez por todas”.

“Havia o compromisso da Câmara de Paços de Ferreira que com esta nova ETAR a funcionar em pleno o problema seria ultrapassado. O que é certo é que a ETAR ainda não está a trabalhar em pleno e nós não podemos continuar à espera que ela entre em [funcionamento] pleno”, sustentou o autarca.

“Estamos em negociações com a APA para que nos sejam dadas garantias de que a ETAR a funcionar em pleno resolve o problema ou então vai ter que haver um emissário que depois leve as águas desde a saída da ETAR de Arreigada à ETAR de Campo evitando que passe pelo Rio Ferreira”, defendeu, lembrando que Paredes tem um projecto de requalificação do parque em Lordelo.

Já no final da reunião, no espaço destinado à intervenção do público, Manuel Pinho, candidato à Câmara pelo Movimento Juntos por Paredes nas últimas autárquicas, salientou que os lordelenses têm sido “muito prejudicados” com esta ETAR e que vê como “positiva” a solução de um colector. “Há um ‘se’ nas suas palavras que tem de deixar de existir porque as ETAR podem sempre avariar, pode haver um problema. Gostaria que fosse mais exigente com a APA”, apelou. Perguntou ainda como está o processo intentado contra a Câmara de Paços de Ferreira em 2017. “Se a ETAR fizesse a função para a qual foi construída não havia necessidade de um colector”, frisou Alexandre Almeida, respondendo que o processo está a desenrolar no tribunal e que aguarda, “com expectativa”, o resultado.