Foto: GNR/Arquivo

Durante três meses, um homem de 43 anos roubou dezenas de idosas, todas mulheres, acima dos 80 anos, em muitos casos com recurso à força física.

Os crimes aconteceram nos distritos de Braga, Porto e Aveiro, incluindo concelhos do Vale do Sousa, onde começou o processo.   

O suspeito foi apanhado em flagrante pela GNR, ontem, depois de ter roubado duas alianças de ouro a uma vítima de 93 anos. “Colocou-se em fuga, tendo sido interceptado posteriormente pelos militares da Guarda, sendo possível recuperar os bens roubados, que foram devolvidos à legítima proprietária”, diz a GNR.

A investigação durou três meses. Segundo a Guarda, o homem dedicava-se a “de forma reiterada, abordar pessoas vulneráveis em razão da idade, na via pública, subtraindo-lhe objectos de valor com recurso à força física”.

O detido está hoje a ser presente a primeiro interrogatório judicial no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Penafiel, para aplicação das medidas de coação.

GNR lembra conselhos 

Face a este e outros crimes contra idosos os conselhos não são novos, mas é preciso relembrá-los, salienta o capitão José Castro, do Comando Territorial do Porto da GNR.

“Os idosos não devem falar com desconhecidos, ostentar objectos de valor ou entregá-los para as mãos de terceiros seja com que pretexto for”, explica. Muito menos deixar entrar desconhecidos em casa.

“Os autores destes crimes escolhem muito bem as vítimas: pessoas vulneráveis, de boa-fé, que vivem sozinhas”, aponta o capitão. São normalmente bem falantes. Muitas vezes, elenca como exemplo, usam histórias, fazendo-se passar por conhecidos ou amigos de familiares ou pedem para usar a casa de banho.

O mais importante, sustenta José Castro, é denunciar à GNR. “Temos pessoas que com medo, sentimento de culpa e vergonha nem aos familiares contam”, refere. “Quanto mais denúncias recebermos melhor conseguimos fazer o nosso trabalho”, alega, apelando a filhos e netos que sensibilizem os mais velhos para estes conselhos.