O presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, assumiu esta manhã, na inauguração da Unidade de Saúde de Campo, que contou com a presença da Ministra da Saúde, Marta Temido, estar disponível para ceder dois funcionários da autarquia de forma a que a unidade passe a ser uma Unidade de Saúde Familiar.

“A autarquia compromete-se a transformar esta unidade numa Unidade de Saúde Familiar. Vou trabalhar com a minha equipa para disponibilizar dois funcionários para que os habitantes de Campo venham a ter uma USF. Vai-nos custar dinheiro, cerca de 27 mil euros”, disse, sustentando que a breve trecho a autarquia irá inaugurar, também, a unidade de saúde de Alfena.

O autarca valonguense manifestou-se também contra o encerramento das urgências de Valongo e solicitou à ministra a abertura de uma extensão como forma de minimizar os impactos da corrida de utentes às urgências.

“Sofremos com o encerramento da urgência em Valongo, sou defensor de uma urgência em Valongo, não é uma decisão minha, mas se não houver pelo menos que se faça uma extensão porque isso retira pessoas às urgências”, avançou.

O chefe do executivo, na sua intervenção, atacou a constituição do  agrupamento do ACES Maia/Valongo, lembrando que quer o autarca da Maia como o de Valongo manifestaram, na altura devida, ser contra a sua constituição.

“Toda a estrutura de transportes existe para ligar Valongo ao Porto. A estrutura da Maia está também pensada para ligar ao Porto”, asseverou.

Marta Temido recordou que o Governo está apostado em investir nos cuidados primários de saúde.

“O nosso foco têm sido os cuidados de saúde primária. A reforma dos cuidados de saúde faz-se no dia-a-dia, queremos reservar os hospitais para aquilo que é imprescindível e tornar os cuidados de saúde mais presentes na vida das pessoas”, assegurou.

O presidente do ACES Maia/Valongo enalteceu o trabalho realizado na construção desta nova unidade de saúde personalizada, recordando que a unidade funcionava num pré-fabricado, tendo, hoje, condições condignas para os seus profissionais.

“O nosso intuito é de servir bem os que nos pagam que são os utentes para os quais trabalhamos. Tentamos fazer o nosso melhor e o nosso melhor muitas vezes é feito com sacrifício de todos e dos nossos profissionais”, afirmou.

O presidente da União de Freguesias do Campo e Sobrado, Alfredo Sousa, recordou que este projecto iniciou em 2010 e levou 10 anos a ser construído, recordando que a sua edificação resultou de um esforço colectivo.

A construção da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) do Campo visa melhorar as condições físicas e funcionais para os utentes e profissionais e garantir mais e melhor acesso, mais qualidade e humanização dos cuidados de saúde primários e uma resposta mais racional e eficiente aos utentes.

Esta infra-estrutura, que substitui as anteriores instalações em pré-fabricado, serve uma população de aproximadamente 9000 utentes, distribui-se por três pisos e é constituído por 10 gabinetes de consulta (médicos e de enfermagem), uma área de saúde materna/infantil (com dois gabinetes médicos e dois gabinetes de enfermagem), duas salas de tratamento, espaços de atendimento e áreas de apoio. No piso menos três, localizam-se as áreas técnicas.

A União de Freguesias de Campo/Sobrado cedeu o terreno, por um período de 30 anos renováveis em direito de superfície. O investimento nesta Unidade de Saúde representa um total de 1.023.817,97 euros, sendo 838.728,07 euros foi comparticipado pelo FEDER e o restante pelo Estado Português.

“Duas mil famílias ajudaram a pagar este investimento que faz a diferença na vida das pessoas”

A ministra da Saúde inaugurou, também, os consultórios de Saúde Oral da Unidade de Saúde da Ermesinde e Valongo, projecto que vem reforçar os cuidados de saúde de proximidade às populações e tem contado com a parceria da autarquia. Os dois consultórios vão servir aproximadamente 95.000 utentes inscritos, de um total de mais de 1.800.000 na Região de Saúde do Norte.

Falando dos os Consultórios de Saúde Oral da Unidade de Saúde da Ermesinde e Valongo, José Manuel Ribeiro recordou que Valongo integra dois centros urbanos, tendo a autarquia investido 90 mil euros.

“Duas mil famílias ajudaram a pagar este investimento que faz a diferença na vida das pessoas”, concretizou, reconhecendo que a medicina dentária deve estar no Serviço Nacional de Saúde.

“Existe muita gente que não ia ao dentista. São estes acordos que fazem a diferença no dia-a-dia dos agregados mais carenciados a um custo mais baixo que de outra forma teriam dificuldades em recorrer a este tipo de serviço”, manifestou.

“Queremos uma saúde oral integrada que comece nos cuidados primários”

Marta Temido relevou o esforço que o Governo tem feito no sentido de integrar a medicina oral nos cuidados primários de saúde.

“Queremos uma saúde oral integrada que comece nos cuidados primários”, concretizou, sustentando que dos 55 agrupamentos centros de saúde que o país tem, 47 já têm esta resposta e que 23 dos 24 agrupamentos centros de saúde da Administração Regional de Saúde do Norte já têm respostas de saúde oral.

A ministra esclareceu, também, que dos 308 concelhos, 111 já têm saúde oral, sendo objectivo do Governo implementar esta resposta em todos os concelhos, até ao final da legislatura.

Marta Temido avançou, também, que no Norte há um ACES a quem falta esta resposta, sendo que o Governo disponibilizou no Orçamento de Estado dois milhões de euros para contratação de profissionais.

“Fizemos um caminho significativo, mas temos ainda caminho para andar. Temos feito este caminho com apoio dos municípios que disponibilizaram verbas para a instalação da cadeira de saúde oral e equipamentos”, manifestou.

Refira-se que estes dois consultórios vão servir cerca de 95.000 utentes inscritos do concelho de Valongo e resultam de um investimento conjunto do município de Valongo e do Governo da República.