Foto: Associação Verde (DR)

O projeto “Lousada + VERDE: Restauro Ecológico em prol da comunidade”, da Associação VERDE, de Lousada, venceu o prémios AGIR 2022, da REN, Redes Energéticas Nacionais, uma edição dedicada à promoção do meio ambiente, da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas.

João Gonçalo Soutinho, da associação ‘Verde, mostrou-se muito satisfeito com esta distinção, porque “vai permitir “validar projectos existentes e criar novas soluções”.

Refira-se que, a origem do projeto vencedor está na valorização do terreno de Lousada, que procura dar “valor aos serviços de ecossistema, como o sequestro de carbono, e implementando práticas agroflorestais que potenciem o rendimento dos proprietários locais”, critérios preponderantes para a atribuição deste prémio.

O ponto de partida para o surgimento do “Lousada + VERDE” foram as intervenções que esta entidade iniciou em terrenos abandonados, através da sua solução de compensação de carbono, “Carbono Diverso”, referiu o dirigente.

Sobre o projecto, pode dizer-se que tem objectivo a intervenção da associação em propriedades privadas, “efectuando o controlo de espécies invasoras, a plantação de árvores e arbustos autóctones e a construção de estruturas de madeira morta e de charcos, essenciais para aumentar a biodiversidade das áreas que apresentem algum valor de conservação da natureza pela presença de árvores de grande porte”, explicou ao Verdadeiro Olhar João Gonçalo Soutinho.

João Gonçalo Soutinho, da associação A verde (segundo a contar da esquerda)

Medidas que permitirão “testar um modelo que mistura a valorização dos serviços de um ecossistema com práticas de gestão agroflorestal que aumentam a biodiversidade. O escoamento de produtos agroflorestais ajudará também na criação de receitas que permitam tornar o projeto autossustentável”, esclareceu ao Verdadeiro Olhar.

Assim, este prémio vai permitir ter “mais meios, mais equipamentos, e estudar potenciais cadeias de valor de produtos secundários que possam sair desta floresta – bolota, medronho, mel, cogumelos, entre outros”, o que representa ganhos para os proprietários, impedindo, assim, o corte de árvores e promovendo a preservação do património, acrescentou ainda o dirigente.

O representante da associação responsável pelo projeto acrescenta ainda que, “com a implementação deste projeto, será ainda possível potenciar atividades de educação ambiental e de visitação, desenvolvendo, deste modo, um laboratório através do qual a floresta nativa poderá ser valorizada, tornando-se um ativo do território”.

O segundo lugar dos prémios AGIR foi atribuído a Associação Vertigem, de Porto de Mós. Com a criação do Centro de Interpretação da Abelha e do Mel na Serra de Aires e Candeeiros, esta associação tem por objetivo envolver e educar a comunidade e os apicultores locais em relação à sociedade das abelhas.

Já o terceiro lugar foi atribuído à Rizoma Cooperativa Integral, uma mercearia comunitária de Lisboa. Esta mercearia sem fins lucrativos, e acessível apenas a cooperantes, pretende ser um passo para o combate às alterações climáticas fomentando uma mudança no sistema alimentar. E também um investimento na comunidade e na economia local, ao apoiar os produtores locais.

No próximo ano, o Prémio AGIR será dedicado à Promoção do Desenvolvimento Sustentável, em linha com a Agenda 2030, criada em 2015 pelas Nações Unidas e que a REN incorpora na sua estratégia de sustentabilidade.

O documento inclui 17 Objetivos e 169 metas de Desenvolvimento Sustentável, aborda várias dimensões do desenvolvimento sustentável (sócio, económico, ambiental) e pretende ser uma visão comum para a Humanidade, um contrato entre os líderes mundiais e os povos, para a promoção da paz, justiça e instituições eficazes. 

Esta edição vai apoiar projectos que promovam soluções sustentáveis para o cumprimento de um ou mais dos ODS e suas respetivas metas, promovendo assim o desenvolvimento sustentável.