Sobrinho Simões, o médico patologista mais influente do mundo, é o embaixador do prémio de investigação na área da Saúde ‘Mário Fonseca’, criado pela Câmara Municipal de Lousada.

O anúncio foi feito por Nelson Oliveira, vereador do município, que disse ainda que esta distinção vai contar com a investigadora lousadense, Flávia Sousa, como presidente do juri.

Segundo o site da Universidade do Porto, no artigo ‘Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto’, Manuel Alberto Coimbra Sobrinho Simões nasceu a 8 de Setembro de 1947, no Porto. É o mais velho dos quatro filhos de Manuel Sobrinho Rodrigues Simões, também médico, professor e investigador, na área de Bioquímica, e de Maria Alexandrina Martins Coimbra Simões, doméstica.
Em 1964 matriculou-se no curso de Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde se distinguiu pelas suas classificações, as quais lhe permitiram alcançar o respeito dos professores e conquistar vários prémios, de que são exemplo o do Rotary Club do Porto, da Fundação Engenheiro António de Almeida, Prof. Dr. Luís de Pina e Boehringer Ingelheim.
Durante a licenciatura desenvolveu um grande interesse pelo domínio da patologia, influenciado por alguns dos seus professores, como Daniel Serrão. Em 1971 finalizou a licenciatura em Medicina, com a média final de 19 valores e foi nomeado assistente eventual da disciplina de Anatomia Patológica.

Em 1979, doutorou-se em Patologia, tendo sido aprovado com distinção e louvor. No mesmo ano, prestou provas públicas para o preenchimento do lugar de especialista, no Hospital de S. João, onde obteve a classificação de 19,4 valores. Foi, então, nomeado “Professor Auxiliar Além Quadro”, na disciplina de Anatomia Patológica.

Entre outubro de 1979 e julho de 1980 fez o pós-doutoramento em Oslo, no “Norsk HydroŽs Institute for Cancer Reserch”, com o tema “Microscopia Eletrónica”. Graças a este trabalho e às ligações que estabeleceu, alcançou reconhecimento internacional, sobretudo no campo da Patologia Tireoideia, e inaugurou uma longa relação com o meio da investigação científica além fronteiras.

Já em Portugal, foi professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e, mais tarde, foi nomeado professor Catedrático, na mesma instituição.

Em 1989 criou o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular e Celular, da Universidade do Porto, unidade de investigação que dirige e que obteve a classificação de “excelente”, na última avaliação internacional da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, um dos três laboratórios europeus acreditados pelo Colégio Americano de Patologistas. Esta unidade realiza anualmente centenas de consultas de diagnóstico para hospitais e institutos de oncologia da Europa e da América.

Enquanto dirigente da Sociedade Europeia de Patologia, organizou os dois primeiros congressos intercontinentais de Patologia com a Sociedade Latino-Americana de Patologia, formou a divisão de Moscovo da Escola Europeia de Patologia, dirigiu o 18º Congresso Europeu da mesma área, que se realizou em Berlim, e desenvolveu a divisão de Ankara da Escola Europeia de Patologia.

É membro dos conselhos científicos da Escola Europeia de Patologia, do Curso Europeu de Patologia Celular e da Associação Europeia de Prevenção de Cancro e integra o Comité Redatorial da Associação de Directores de Patologia Cirúrgica, dos E.U.A.

Em 2015 foi eleito o patologista mais influente do mundo pela revista britânica The Patologist. Em 2017, ano da sua jubilação, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e a 22 de março de 2018, nas comemorações do 107.º aniversário da Universidade do Porto, foi distinguido como Professor Emérito.

É autor e co-autor de centenas de artigos editados em publicações internacionais. Em 2017 lançou o livro “Os Portugueses – De onde Vimos, o que Somos”, prefaciado pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que reúne os seus discursos proferidos nas atribuição do Prémios Pessoa (2002) e Ciência VIVA (2016) e nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (de 2017).

Sobrinho Simões é assim o rosto do “Prémio Dr. Mário Fonseca”, uma distinção que visa homenagear o lousadense que ficou conhecido como médico do povo por ter dedicado toda a sua vida à medicina e ao apoio clínico dos mais desfavorecidos.

Esta iniciativa, que quer “promover a investigação científica na área das Ciências da Saúde”, tem o seu período de candidaturas entre o dia 1 e 30 de junho, e é dirigida a investigadores juniores, com doutoramento há menos de 10 ano.

O vencedor ganha um prémio no valor de 20 mil euros, uma verba comparticipada pelo município e a empresa Soma Coordenadas.