«O maior erro em relação à felicidade é pensar que ela é um sentimento. Os sentimentos podem ser sinais de felicidade, mas não são a felicidade em si. É como confundir o aroma de uma deliciosa refeição com a própria refeição». Esta afirmação é de Arthur Brooks, um famoso especialista em felicidade, que desde 2019 explica este tema em Harvard, onde as suas aulas são muito populares devido ao grande interesse dos alunos.

Segundo Brooks, a felicidade gera sentimentos, mas não se resume a eles. Portanto, desejar emoções positivas a todo custo é um erro que acaba por reduzir a felicidade real de uma pessoa. Também é um erro acreditar que é possível alcançar uma felicidade absoluta nesta vida. Todos nós enfrentamos experiências negativas que, embora desconfortáveis, nos ajudam a crescer, a amadurecer e a aprender.

Quando experimentamos emoções negativas isso não significa que alguma coisa esteja errada. A realidade deste mundo, frequentemente, traz-nos sentimentos que preferiríamos não ter, mas eles fazem parte da existência humana. Se alguém procura ingenuamente uma felicidade sem dificuldades, essa busca será sempre algo frustrante, pois essa realidade simplesmente não existe.

Muitas pessoas, hoje em dia, acreditam que a felicidade é inalcançável e, por isso, procuram manter-se constantemente entretidas. Elas tentam escapar da angústia da “solidão existencial” que, na verdade, nos abre para um sentido transcendente que a verdadeira felicidade inevitavelmente possui. Sem esse sentido, as pessoas desenvolvem medo por relacionamentos sólidos (compromissos) e uma inclinação por relacionamentos líquidos (superficiais), o que é um erro, pois a felicidade nunca é uma simples emoção passageira.

A verdadeira felicidade só é possível quando colocamos o centro da nossa vida fora de nós mesmos. Não há felicidade sem doação, sem sair do nosso “eu” para procurarmos sinceramente a felicidade daqueles que temos ao nosso redor.