Os vereadores do PS/RIR na Câmara de Penafiel votaram contra o orçamento municipal para 2023.

Em comunicado, o PS sustenta que “o documento anual mais importante da governação município é enviado à análise e escrutínio da oposição com menos de 72 horas para o prazo de resposta”. “Não é sério pedir a alguém que se pronuncie, que faça propostas, que debata com a população a melhoria de um documento com dezenas de páginas num prazo tão exíguo de tempo”, alega Paulo Araújo Correia.

O voto contra é justificado pelo facto de este orçamento “de mais de 90 milhões de euros”, “de faz de conta”, ir acabar como os anteriores, executado apenas em parte: “no fim do ano verá a sua taxa de execução abaixo dos 60% quando a lei exige um mínimo de 85%”. “O Município de Penafiel é useiro no incumprimento da lei”, criticam os vereadores. Dizem ainda estar contra o documento apresentado porque foi empolado com a introdução de obras que há anos aparecem noutros orçamentos “mas que tardam em materializar-se, não passando assim de promessas que servem para manter uma ideia ilusória de intervenção equitativa no território”.

“Estamos contra porque não queremos mais continuar a ser um dos municípios que mais tarde paga a quem deve. Contra porque não conseguimos perceber a disparidade de milhões entre o que se apresenta no orçamento e o que efectivamente se executa!”, criticam.

O socialista acusou o presidente da Câmara de Penafiel de demonstrar “inadmissível desrespeito para com as juntas de freguesia, os seus presidentes e, sobretudo, as suas populações” quando argumenta que “na elaboração do orçamento “não tem de ouvir os presidentes de junta”. “Como se não fossem eles os reais conhecedores da necessidades, sonhos e anseios das suas pessoas”, frisa a oposição.

Contactado, o executivo liderado por Antonino de Sousa (PSD/CDS-PP) limita-se a referir que “a oposição não foi capaz de apresentar qualquer argumento com substância para votar contra”. “Quer o Partido Socialista, quer o RIR foram previamente interpolados, no âmbito do estatuto da oposição, para se pronunciarem sobre o plano e orçamento sendo que nem um, nem outro apresentaram propostas”, realça a mesma fonte.