A forma como se entra num projecto político é importante. Mas a forma como se sabe sair diz ainda mais das pessoas. E Susana Oliveira, que acaba de renunciar ao cargo de vereadora na Câmara Municipal de Penafiel é exemplo disso.

Natural da Portela, Susana Oliveira é militante do PSD desde Dezembro de 2005 e foi secretária da Junta de Freguesia da Portela no mandato 2005-2009, pela Coligação Penafiel Quer (PSD/CDS-PP), altura em que foi convidada a juntar-se à lista de Alberto Santos como candidata a integrar o executivo do município de Penafiel como vereadora. Politicamente, foi presidente da JSD de Penafiel entre Julho de 2011 e Outubro de 2013 e presidente da Comissão Politica do PSD Penafiel durante dois mandatos (2014/2016 – 2016/2018).

Os sinais estavam lá. Enquanto vereadora, Susana Oliveira foi vice-presidente da Câmara durante dois mandatos. Mas depois da última eleição, em 2021, Antonino de Sousa não nomeou nenhum vice-presidente. Já circulavam rumores de desconforto e desacerto entre o edil e a vereadora, que terão acentuado quando Pedro Cepeda, também vereador, foi nomeado vice-presidente da autarquia em meados de 2022, no que parece uma clara definição do caminho para a sucessão, já que o actual presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, não se poderá recandidatar em 2025, por ter atingido o limite de mandatos. Susana Oliveira passou a exercer funções apenas a meio tempo na vereação mais ou menos na mesma altura.

Na renúncia foram apontados motivos pessoais e profissionais. Só a expressão “nunca foi minha pretensão ficar na Câmara a vida toda”, utilizada pela ex-vereadora, revela um desprendimento do poder que não é comum na classe política.

Ao longo de 13 anos de serviço autárquico, Susana Oliveira nunca esteve envolta em polémicas. Sai da vereação de forma vertical e sem criar guerras – e sob um mar de apoios de militantes do partido (e não só) e da própria população-, mas não deixou de ter a coragem de deixar alguns recados e de constatar o óbvio: também existiram motivos “político-partidários” que motivaram o seu afastamento, que serão discutidos “no momento e locais próprios”. Num vídeo publicado na hora do adeus, Susana Oliveira agradece a várias personalidades do partido, como Jaime Neto, mas sobretudo a Alberto Santos, que apostou numa “jovem desconhecida”, elogiando-lhe a visão, capacidade de trabalho e valorização das pessoas. Para Antonino de Sousa não houve uma palavra.  

Veremos, mais para a frente, até que ponto esta saída pode marcar o futuro da coligação Penafiel Quer.

Humberto Brito, presidente da Câmara de Paços de Ferreira

Nenhum político faz tudo bem. Também o percurso de Humberto Brito, autarca de Paços de Ferreira, tem sido feito de altos e baixos. Mas, este ano, resolvemos destacá-lo pelo trabalho feito pelo município sobre um tema que nos é caro: o apoio/incentivo à natalidade. E não, nenhuma das medidas adoptadas, por esta autarquia ou por outras, por si só, vai convencer ninguém a ter mais filhos. Ainda assim, são pequenos estímulos que podem contribuir para ajudar a tomar uma decisão nesse sentido.

2022 foi o ano de entrada em vigor de uma medida “eleitoral” de Humberto Brito: o cheque-bebé. Trata-se de um apoio de 500 euros atribuído às crianças nascidas no concelho de Paços de Ferreira (mediante alguns critérios), que visa fazer do município o mais jovem do país. Os primeiros cheques foram atribuídos em Fevereiro e continuariam a chegar às famílias durante todo o ano. Até meados de Dezembro último, este apoio já tinha chegado a 417 casais, fazendo a diferença no orçamento familiar, numa altura em que se vive perda de poder de compra.

Para contrariar a queda da natalidade, e sobretudo apoiar as famílias, ajudando a conciliar a vida profissional com a familiar, a Câmara Municipal anunciava no início do ano que tinha avançado com candidaturas para a instalação de creches e berçários nos centros escolares. A medida foi aprovada. Serão mais de 500 vagas para crianças até três anos de idade e 13 creches e berçários criados, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, e que serão gratuitos, nos centros escolares de Paços de Ferreira, Freamunde, Carvalhosa, Lamoso, Arreigada, Ferreira, Frazão, Eiriz, Figueiró, Meixomil, Penamaior, Sanfins e Seroa, a que se juntam ainda mais duas creches e berçários da responsabilidade de instituições do concelho.

Isto junta-se a “um pacote” de outros incentivos, como a oferta de refeições escolares a todos os alunos do pré-escolar até ao 12.º ano ou o transporte escolar gratuito, entre outros, que permitem às famílias “poupar milhares de euros” ao fim do ano, defende este executivo.

Deputados eleitos pela região

Nem todos foram eleitos directamente, mas as mexidas no Governo levaram à Assembleia da República ainda mais deputados da região. Esta é uma das maiores representações de sempre dos concelhos acompanhados pelo Verdadeiro Olhar.

Pela primeira vez no cargo, por Paredes, foi eleito José Carlos Barbosa (PS), o mesmo aconteceu com Paulo Araújo Correia (PS), de Penafiel, e com Catarina Lobo (PS), de Valongo. Há também repetentes, casos da lousadense Cristina Mendes da Silva (PS), de Miguel Santos (PSD) eleito por Valongo, e de António Cunha (PSD), que regressou à Assembleia da República por Penafiel.

Todos se comprometem a lutar por projectos da região junto do Governo e a dar voz às populações destes territórios. Alguns já o têm vindo a fazer de forma mais notória. Destaque para a acção de José Carlos Barbosa, o primeiro deputado socialista alguma vez eleito pelo concelho de Paredes, que prometeu empenhar-se sobretudo na luta pela ferrovia e já abordou o tema várias vezes em plenário, defendendo a construção da linha do Vale do Sousa, e que também não teve receio de ser repreendido ao pedir ao Governo uma segunda VMER para a região. António Cunha, de Penafiel, tem-se mostrado comprometido com os problemas ambientais causados pela ETAR de Arreigada, exigindo soluções. Salientamos ainda o caso de Paulo Araújo Correia que foi eleito membro do Conselho Superior de Segurança Interna, um órgão inter-ministerial presidido pelo primeiro-ministro.

Conheça os premiados das outras categorias:

Personalidade do Ano

Acontecimento do Ano

Empresa do Ano

Prémio Cultural do Ano

Entidade Desportiva do Ano

Desportista do Ano

Jovem do Ano

Projecto Social do Ano