Francisco Coelho da RochaAquando da constituição do Governo, ficou patente que para conseguir governar o Partido Socialista teria que ceder em algumas matérias aos partidos de extrema-esquerda. O que estávamos longe de imaginar é que ficaria refém destes partidos e que uma parte significativa da gestão do país estaria nas mãos deles.

A agenda ideológica é a do Bloco de Esquerda: aborto, barrigas de aluguer, adopção por casais homossexuais, eutanásia, etc. Nestas matérias, o Bloco de Esquerda ordena e o PS executa.

Ao Partido Comunista cabe a responsabilidade, para já, de ditar e alterar as políticas laborais e de ensino.

Quando há uns meses ficámos a saber que o Ministro da Educação assumiu o compromisso de se reunir com os sindicatos dos professores, de três em três meses, para ser avaliado por Mário Nogueira e os seus compinchas, ficámos todos a perceber que o actual ministro não passa de um moço de recados dos sindicatos subjugados ao PCP. Um ministro da Educação que presta contas aos sindicatos, em vez de as prestar aos eleitores e aos deputados, é um ministro que não manda nada.

A prova de que Mário Nogueira manda mais do que o Ministro da Educação, foi o recente atropelo aos acordos que o Estado assinou com as escolas privadas, uma reivindicação do sindicalista desde sempre.

Ontem, ficámos a saber que a nova tabela de comparticipações da ADSE, que já tinha sido publicada em Diário da República e entraria em vigor no próximo dia 1 de Junho, foi suspensa. Segundo o Governo, a nova tabela foi suspensa para ser analisada pelos sindicatos da função pública. Recorde-se, que o objectivo da actualização da tabela da ADSE era a aproximação do sistema de saúde dos funcionários públicos, ao Sistema Nacional de Saúde, que serve os comuns dos mortais que não trabalham para o Estado.

Enquanto o país vai sendo (des)governado pelos sindicatos e pela extrema-esquerda, o PSD na oposição não se opõe e o Presidente da República continua a distribuir afectos.