“Parece-me que as notícias sobre a minha morte são manifestamente exageradas”. Este foi o comentário que Mark Twain fez às notícias que o davam como morto antes de o estar. Lembrei-me desta frase a propósito de mais um aniversário do VERDADEIRO OLHAR e do que se dizia quando, há dois anos, passou a diário digital.

Na altura, foi um risco, por três motivos:

Primeiro, porque os anunciantes poderiam não compreender que o alcance dos seus anúncios passaria a ser maior;

Segundo, porque uma parte dos leitores mais fiéis poderia não se adaptar a este novo formato;

Terceiro, porque estamos numa região que, embora esteja a 20 minutos do Porto, em vários aspectos ainda parece uma terra dos confins, com políticos que ainda medem o seu sucesso pelo número de vezes que uma foto sua sai no jornal, em comparação com o das fotos dos seus adversários.

Lembro-me de que um director de um jornal, numa tentativa de depreciação do VERDADEIRO OLHAR, ter dito, então, que “as pessoas do campo não vão à Internet”. Será que ele pensava que as pessoas do campo iam à banca comprar o jornal em papel? Seja como for, se antes contava o número falso de exemplares que o dono do jornal mandava inscrever na ficha técnica, hoje prevalece o alcance de uma notícia.

Ao longo destes 11 anos de vida, algumas vezes passámos por dificuldades, umas por causa do mercado, outras porque os políticos tentaram silenciar-nos – uns que já passaram por nós e outros que, entretanto, chegaram. Mas o que garantiu sempre a sobrevivência e o crescimento do VERDADEIRO OLHAR foi a qualidade dos profissionais que cá trabalham e dos que por cá passaram. Posso dizer, sem falsa modéstia, que os jornalistas que cá estão e os que cá estiveram são jornalistas de grande qualidade. Gente que investiga, se interroga, servindo a verdade, que vence tudo.

E é esta directriz, esta orientação e esta postura que acredito que acabam por chegar aos leitores, fazendo-os distinguir, naturalmente, os bons dos maus jornalistas, os bons dos maus jornais, a boa da má informação, os donos de jornais mais ou menos permeáveis a fretes políticos ou económicos. E, com isso, o VERDADEIRO OLHAR aumenta todos os dias o número dos que o lêem.

Para que compreenda melhor este crescimento, devo dizer que o jornal, distribuído desta forma, directamente para o seu endereço de correio electrónico, chega hoje a mais 12.572 pessoas do que chegava neste mesmo dia, há um ano. Outro indicador interessante para que possa tirar as suas próprias conclusões diz respeito aos medidores do Google, que mostram que o jornal electrónico da nossa região mais visitado foi o VERDADEIRO OLHAR, mas não só: o segundo mais visitado teve apenas 9,7% de visitas em comparação com as que nós recebemos.

Como já reparou, o VERDADEIRO OLHAR é um jornal em permanente mudança. Não poderia ser de outro modo, já que os nossos leitores mudaram-se connosco para o mundo digital e transformaram-nos numa grande plataforma geradora de conteúdos.

A continuidade deste crescimento e a credibilidade desses conteúdos tão procurados dependem da nossa aposta na sua qualidade, que, por sua vez, só é possível manter longe das pressões dos partidos políticos e de outras forças influentes na sociedade.