A Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo realizou, este sábado, o seu terceiro capítulo, entronizando 15 novos elementos. Na mesma cerimónia, que decorreu na Igreja Matriz de Valongo, tornaram-se embaixadores destes produtos tradicionais, assumindo o papel de confrades honorários, João Oliveira, chef com estrela Michelin natural de Campo, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Politécnico do Porto e o município francês de Trelazé, geminado com o concelho de Valongo.

A iniciativa decorreu no âmbito da Feira da Regueifa e do Biscoito e contou com a presença de representantes de dezenas de confrarias nacionais.

Durante a sessão, Rosa Maria Rocha, padeira-mor da Confraria, salientou a importância destes novos elementos que vão permitir à confraria continuar a crescer. Ao todo o grupo conta já com 141 confrades. Já o historiador Manuel Dias falou da importância histórica do pão e definiu Valongo como “a capital do pão em Portugal”.

Desde a sedentarização do homem que o pão se tornou a base da alimentação. Quando na idade média o rei proibiu o fabrico do pão no Porto para evitar incêndios Valongo tornou-se no principal local de fabrico. Documentos do século XVII apontam o largo número de almocreves, moleiros e padeiros que existiam na localidade, explicou o historiador. Depois, o pão era transportado em canastras, em cima de jumentos, até ao Porto, num percurso que demorava cerca de duas horas. Manuel Dias recordou ainda que o pão foi usado em estratégias militares durante as lutas liberais, a I República e a Primeira Grande Guerra.

A Feira da Regueifa e do Biscoito e Mercado Oitocentista termina este domingo. Os visitantes podem degustar várias iguarias e há ainda animação, recriações históricas, exposições, concertos, teatro, dança e folclore.