Foi com unanimidade e aplausos que os deputados da Assembleia Municipal de Valongo votaram a desagregação das freguesias de Campo e Sobrado.

Nove anos depois da agregação, e os mesmo anos de luta contra esta medida do Governo da altura, todos os partidos com assento na AM de Valongo foram unanimes em considerar que se fez história no concelho com esta aprovação.

Catarina Lobo, do PS, sublinhou a importância de todo este processo, levado a cabo no seu município, que pretendeu reverter uma decisão governamental que “não respeitou” os representantes autárquicos. A deputada também enalteceu toda esta luta concelhia realizada com “elevação e lisura”, através de um trabalho “colaborativo”, porque estava em discussão “uma causa que era de todos”.

Também João Paupério, do Movimento Nós Cidadãos, vê este dia como um “momento histórico”, sendo que agora “começa a caminhada” de forma a tornar realidade esta separação de Campo e Sobrado.

Já o líder do Grupo Municipal do Bloco de Esquerda (BE) lembrou que a agregação das “1168 freguesias”, que o Governo PSD levou a cabo, nada mais foi do que “uma medida economicista” que “não acautelou os interesses das populações” e que se traduziu, ao longo destes anos, “num aumento de assimetrias”.

O bloquista lamentou apenas que a agregação tenha “limitado a democracia a muitos cidadãos”. Agora, Fernando Barbosa espera que a Assembleia da República “respeite a vontade de Campo e Sobrado”.

Pelos lado da CDU, Sónia Sousa lembrou que o seu partido esteve “sempre contra esta medida”, que apelida de “autoritária e arrogante”, porque “não teve em conta a identidade cultural e as características do território”, entre outros aspectos.

Já o social-democrata Daniel Figueiredo tratou de sublinhar que o PSD de Valongo não se reviu nesta postura do seu Governo, frisando que “sempre estivemos contra” e “apresentamos várias moções” nesse sentido.

Com esta aprovação na AM, “dá-se um tiro de partida” num processo que o deputado espera que tenha um fim “rápido”.

Quem também tomou da palavra foi o presidente da Junta de Freguesia de Campo e Sobrado. Para Alfredo Sousa “hoje é um dia histórico”, não só para estas duas populações, mas para todo o município.

Agora, e depois de a AM ratificar esta desagregação, o processo vai ser votado na Assembleia da República.