O ataque que o vereador do PSD da Câmara Municipal de Paços de Ferreira Joaquim Pinto desferiu aos socialistas, na semana passada, a propósito do atropelamento de uma criança, e a respectiva resposta do presidente da Câmara, pelo tom que ambos utilizaram, pareceram uma continuação do registo medíocre que foi utilizado na campanha eleitoral. Quanto a terem quem lhes resolva os problemas, os Pacenses, após aquela “troca de galhardetes” parecem ter ficado na mesma…

O ex-candidato do PSD à Câmara Municipal e actual vereador Joaquim Pinto, em comunicado, acusou os socialistas de serem indiferentes aos vários acidentes rodoviários e atropelamentos naquele concelho, que quantificou adiantando um número baseado em “fonte oficial” sem nunca especificar qual. Mas, em vez de chamar a Comunicação Social para mostrar os números e apresentar soluções, o PSD limitou-se a emitir uma nota de imprensa nos dias imediatos à ocorrência de um atropelamento de uma criança de dez anos, à saída da escola, que ficou gravemente ferida. Não se consegue saber se a intenção do PSD foi tentar culpabilizar o PS pelo acidente, mas essa foi a ideia que ficou. Neste caso, nem a forma nem o tempo estiveram correctos.

No entanto, quando se esperava que os socialistas respondessem com elevação ao ataque do vereador e líder local do PSD, Humberto Brito esqueceu-se de que é Presidente da Câmara e que tem uma maioria inquestionável, contra-atacando de forma confusa com a acusação de o vereador do PSD estar a ser investigado pela Polícia Judiciária num negócio sobre a concessão de águas, no tempo em que tinha tido aquela tutela… há mais de12 anos.

Teria bastado que o PS chamasse a atenção para um ataque feito nos dias seguintes ao atropelamento de uma criança, mostrasse o que o executivo fez nestes últimos anos na recuperação da rede viária e nunca descesse ao discurso típico das oposições quando estão em esforço, mas, assim, nesta troca de acusações, tanto Joaquim Pinto como Humberto Brito confundiram a “obra-prima do mestre” com a “prima do mestre-de-obras”.