Os vereadores do Partido Socialista votaram contra as contas de 2016 da Câmara Municipal de Paredes. O documento foi aprovado, no passado dia 18, em reunião de executivo, pela maioria social-democrata.

Segundo os socialistas, as contas demonstram “a falta de rigor e descontrolo que tem caracterizado a gestão deste executivo”. Mais do que isso os documentos revelam que a autarquia aumentou o Resultado Negativo de 3 milhões (2015) para 8,4 milhões de euros (2016) e também o passivo, que passou de cerca de 101 milhões de euros para 102 milhões de euros.

“A execução orçamental volta a ser muito baixa, o que revela uma vez mais a apresentação de orçamentos irrealistas e desajustados da realidade”, critica o PS, dizendo que a execução orçamental rondou apenas os 67,5%.

O voto contra dos socialistas é também justificado pela Provisão que a Câmara foi obrigada a fazer nas contas de 2016, no valor de 6.000.877,22 euros, dinheiro que a autarquia pode ser obrigada a devolver “por causa das irregularidades detectadas com a construção dos Centros Escolares”.

“O executivo da Câmara continua a esconder dos vereadores do PS, dos deputados municipais e da população de Paredes, os relatórios das inspecções de que está a ser alvo, mas as contas põem a descoberto o resultado da sua má gestão, e a eminência de ter de devolver 6 milhões de euros”, sustentam os vereadores do PS.

 

Taxas de execução da receita e despesa acima dos 80%, diz executivo PSD

Já o executivo social-democrata tem uma visão mais positiva dos documentos de prestação de contas do ano passado e fala numa “variação positiva dos valores executados relativamente aos anos anteriores superior em mais de 100%”.

Em nota de imprensa, a autarquia liderada por Celso Ferreira dá nota de que a taxa de execução da despesa foi de 83,27% e a da receita de 82,96%. “De sublinhar ainda que, desde 2013, o município de Paredes reduziu a dívida em mais de 19 milhões de euros, fixando-a, no final do ano passado, em cerca de 46 milhões de euros”, salientam.

“Os resultados da execução orçamental de 2016 são excelentes, com valores acima dos 80% tanto na receita como na despesa. Estes números só são possíveis graças ao excelente trabalho e empenho do meu executivo”, realça Celso Ferreira, presidente da autarquia, citado em nota de imprensa.

A mesma fonte realça que o município tem vindo a cumprir com a generalidade das medidas a que se propôs no Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) e no Plano de Saneamento Financeiro, “tendo conseguido uma quebra nos encargos com juros de cerca de 7%, uma diminuição de encargos com aquisição de bens e serviços na ordem dos 15% e uma redução dos passivos financeiros de cerca de 26%”.