Em 2016, o jornalista Manuel Vitorino levou o cinema até aos reclusos do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira. Este ano a iniciativa repete-se, com objectivos idênticos: “a promoção da reinserção social do indivíduo para que, após a sua saída do estabelecimento prisional, a sociedade e a comunidade em geral possam dar outra oportunidade a quem, numa determinada fase da vida, cometeu um crime”.

Este segundo ciclo de “Cinema na Prisão” tem como tema a igualdade e será aberto à participação dos cidadãos, “atenuando as barreiras com a sociedade”, explica o estabelecimento prisional.

As sessões começam no dia 25 de Abril, com um filme emblemático na luta pela dignidade da pessoa humana e premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, “Eu, Daniel Blake”, e prolongam-se até 16 de Maio. Depois do visionamento dos filmes haverá debate.

 

Cinema pode ajudar a reflectir sobre a sociedade e ajudar à inclusão dos reclusos

O segundo ciclo de “Cinema na Prisão” é promovido pelo jornalista Manuel Vitorino e pela direcção do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira e conta com o apoio da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

“O conceito assenta na cidadania e no cinema não só como instrumento de lazer, mas fundamentalmente como modo de colocar as pessoas a pensar e a reflectir sobre a sociedade em que vivemos. A arte poderá não mudar o Mundo – cada vez mais desigual e desumanizado- mas poderá contribuir para derrubar muros, barreiras, aproximar pessoas de diferentes credos e confissões e com isso, ajudar as pessoas a serem mais felizes”, acredita o jornalista.

Assim, este ano, foram seleccionados quatro filmes, “todos eles rodados em contextos históricos e estéticos diferentes, mas todos eles imbuídos de sentimentos que têm a ver com a valorização da pessoa e dignidade humana”, com “carga muito forte” e com capacidade para “suscitar debate, conversa, troca de ideias”, explica Manuel Vitorino.

O ciclo começa no dia 25 de Abril, “uma data história e carregada de grande simbolismo”, com o aclamado e premiado “Eu, Daniel Blake”, de Ken Loack (2016). Trata-se de um filme que “é uma poderosa lição de dignidade, altruísmo e respeito pela dignidade humana e justiça”, refere o jornalista. Seguem-se, a 2 de Maio, “Adeus às Armas”, de Franze Borzage (1957), no dia 9 de Maio, “A Sede do Mal”, de Orson Welles (1958), e no dia 16 de Maio “A Juventude”, de Paolo Sorrentino (2015). Todos os filmes serão exibidos às 15h00 nos pavilhões externos do Estabelecimento de Paços de Ferreira. Depois da visualização será possível debater o seu conteúdo.

Segundo o Estabelecimento Prisional, o acesso às sessões é livre, mediante inscrição prévia até ao dia 23 de Abril, através do email  cinemabril@nullsapo.pt, com a indicação do nome, número de documento de identificação e morada.