Que a discussão política em Paredes costuma roçar níveis pouco dignos, já se sabia. Tem sido assim desde há alguns anos. Mas desta vez, o baixo nível da discussão passou a ser feito de forma profissional.

Refiro-me a uma prática tão baixa que classifica, sem margem para dúvidas, quem a pratica.

Na passada semana, o candidato do PSD mudou os seus painéis de campanha para uns novos que apresentam duas propostas para o concelho. Na noite seguinte, 35 desses painéis de campanha foram pura e simplesmente vandalizados, mas não de uma forma espontânea, por um ou outro cidadão mais de mal com a vida ou com algum teor de álcool a mais. Não: tratou-se antes de uma acção organizada, sistemática e sofisticada, com utilização de meios contratados para acrescentarem insultos ao candidato.

Ou seja, como parece haver dinheiro para gastar, alguém contratou uma empresa que se deu ao trabalho de vandalizar 35 painéis de campanha, com palavras ofensivas feitas em letras de forma que foram coladas nos painéis. Foi trabalho de profissionais.

Isto levanta duas questões: quem ou que campanha adversária se daria ao trabalho e à despesa de vandalizar as mensagens de Rui Moutinho, 43 anos depois do 25 de Abril? Quem quer retirar-lhe a liberdade de apresentar propostas que, pelos vistos, causam medo?