A Antarte, empresa de Rebordosa, Paredes, está a concluir um conjunto de 12 esculturas, idealizadas pelo arquitecto Siza Vieira, e que vão ser fazer parte da instalação de arte do pavilhão do Vaticano, que vai marcar presença na Bienal de Arquietctura de Veneza, em Itália.

A participação da empresa de mobiliário de Rebordosa traduz-se “num grande privilégio e também uma enorme responsabilidade”, como avançou ao Verdadeiro Olhar, Mário Rocha, o CEO da unidade, porque “faz todo o sentido a marca envolver-se em projectos que a incorporem”.

Assim sendo, “era irrecusável o desafio de trabalhar com o mestre dos mestres da arquitetura, que inicialmente quis ser escultor e agora teve a oportunidade de realizar esculturas. Construir peças de arte intemporal desenhadas por Siza ficará, não apenas como marca dos 25 anos da Antarte, mas para a posteridade”, frisou.”

O cardeal D. José Tolentino de Mendonça é o comissário do pavilhão, nesta participação do Vaticano que está subordinada ao tema “Encontro Social”. A bienal contabiliza 18 edições e acontece de 20 de Maio a 26 de Novembro, na Basílica de San Giorgio Maggiore.

Siza Vieira, que em Junho completa 90 anos e que é conhecido como o ‘nobel da arquitectura’, desenhou esta instalação de “12 esculturas que representam pessoas”. Assim, “são figuras que se aproximam, se saúdam, apertam a mão”. As peças “são únicas, sem emendas”, como o arquitecto idealizou e começaram a ser produzidas pela Antarte no início deste ano, revelou o CEO.

Para a sua construção, a empresa recorreu “a matéria-prima nacional e sustentável, madeira de criptoméria, que veio dos Açores” e que foi alvo de um processo de “corte à medida e secagem”, explicou ainda Mário Rocha, acrescentando que a ideia de Siza Vieira, Prémio Pritzker 1992, passava por transmitir “autenticidade e genuinidade” a estas obras.

A instalação tem que estar concluída até ao dia 26 deste mês, sendo que depois terá que estar em Veneza no dia 1 de Maio e “a opção por estátuas de pessoas está relacionada com o tema do encontro, num tempo de tantos desencontros”. As peças “serão colocadas como se aguardassem o público que entra no Pavilhão do Vaticano para o conduzirem até ao jardim”.

Já Siza Vieira, encarou este projecto “como um documento e um desejo. São figuras geométricas, de certo modo toscas, mas que vão ser colocadas num ambiente belíssimo que é a basílica em Veneza. Há também uma intenção nesse contraste”, refere a empresa, citando o arquitecto.

Numa altura em que o país atravessa alguma conturbação económica, e à qual “a Antarte não é alheia”, Mário Rocha refere que uma das apostas da unidade para este ano é o reforço no “mercado internacional”. Ora a participação neste evento imprime “notoriedade” a uma unidade que “é uma referência no mobiliário em Portugal”, sustentou.

A Antarte nasceu em 1998, em Rebordosa, como uma empresa dedicada a peças de mobiliário antigas e arte. Foram estas duas áreas de negócio que determinaram a criação e designação da própria marca, cujo nome resultou da fusão de “antiguidade” com “arte” – Antarte.
 
Actualmente, tem uma rede de 15 lojas em Portugal e exporta também os seus produtos para vários mercados da Europa, como sejam França, Espanha, Suíça e Bélgica. tem ainda lojas próprias na África do Sul, Angola, Gana, São Tomé e Príncipe e Costa do Marfim.