Vão arrancar, em breve, as obras na Igreja da Misericórdia de Penafiel. A reabilitação, conservação e restauro do edifício está orçada em mais de 808 mil euros e o investimento será comparticipado em 85% por fundos europeus.

A intervenção, a cargo da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, contempla a totalidade da igreja, no interior e exterior. Durante 16 meses serão reabilitadas as coberturas e o telhado para resolver problemas de infiltrações e as fachadas serão limpas e recuperadas. Por dentro, vai haver intervenção nos tectos, rebocos, pinturas e pavimentos, sendo ainda realizada a intervenção nas talhas douradas e imagens religiosas. A torre vai ganhar uma nova escadaria e o órgão de tubos, actualmente mudo, irá voltar a tocar depois das obras. Serão também modernizadas as infra-estruturas de electricidade, de som e de segurança.

“A Igreja vai ficar de cara lavada e rejuvenescida”

A construção da Igreja da Misericórdia começou há cerca de 395 anos. O edifício, que é considerado imóvel de interesse público desde 1982, há muito precisava de obras. Por isso, a Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, uma das mais antigas do distrito do Porto, apresentou uma candidatura ao Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 que foi aprovada. O investimento global previsto é de 808.497,95 euros (sendo o investimento elegível de cerca de 760 mil euros) co-financiado em 85%. Mas o Provedor da instituição diz que podem aproveitar para executar mais alguns arranjos que levarão o valor do investimento para perto de um milhão de euros.

“É uma obra que vem engrandecer o património sacro-religioso da Santa Casa. A Igreja vai ficar de cara lavada e rejuvenescida”, garantiu Júlio Mesquita que promete continuar a recuperar o património da instituição, apesar das barreiras financeiras.

Presente na apresentação das obras, que decorreu esta sexta-feira, na Igreja da Misericórdia, o padre Paulo Jorge Rocha, Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, considerou o edifício “um ex-libris e um ponto central da cidade”. “Que este pontapé de saída no restauro do património religioso da cidade seja um desafio para que as outras igrejas não fiquem atrás”, apelou o pároco.

“É o início das obras de uma das mais emblemáticas igrejas da cidade e do concelho. É um património que não se pode deixar perder”, defendeu o presidente da Câmara Municipal de Penafiel. Antonino de Sousa lembrou que o concelho vive uma fase positiva no que toca à reabilitação e promoção do património, dando como exemplo o lançamento do Festival Confluências, que vai dinamizar as quintas barrocas da região; as obras em curso no Mosteiro de Paço de Sousa; e o protocolo com o IHRU- Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana que ajuda os proprietários da cidade a reabilitar as suas casas com o objectivo de arrendar.

“Tenho a expectativa de que em breve seja o Mosteiro de Bustelo a ter intervenção”, acrescentou o autarca, referindo que foi aprovada, esta quinta-feira, em Assembleia Municipal, uma moção que apela às obras neste património, “antes que seja tarde demais”.

Na cerimónia estiveram ainda o historiador José F. Coelho Ferreira, que falou sobre a história da Igreja, o arquitecto José Afonso Duarte, que apresentou o projecto técnico de conservação e restauro, e Jorge Nunes, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.