A vida de um concelho é composta por um vasto conjunto de atores, desafios, problemas e ambições. Paços de Ferreira, como é óbvio, não foge a esta regra. Se até meados de 2014 um dos principais problemas do nosso concelho era a crise económica, com os seus brutais números do desemprego, hoje, felizmente, os desafios são bem diferentes. Resultado de um conjunto de fatores, onde se inclui, sejamos justos, a forma como a atual liderança autárquica encarou as questões económicas e empresariais do concelho, a verdade é que os números referentes ao desemprego, criação de empresas, ampliação de indústrias existentes e construção de novas unidades empresariais, são a prova mais do que inequívoca de que Paços de Ferreira está no bom caminho.

Quando, há algumas décadas atrás foi criada a marca Capital do Móvel, novas oportunidades surgiram para a nossa indústria e comércio do mobiliário. Durante muitos anos, esta marca permitiu evidenciar junto de todo o território nacional, aquilo que mais nos identifica: a qualidade e originalidade das nossas peças de mobiliário. Sob o chapéu desta marca fizeram-se muitas feiras no concelho e promoveram-se várias campanhas publicitárias, sempre com o objetivo de fazer crescer a notoriedade de um produto que, é verdade, somos dos melhores do mundo a produzir.

No entanto, como em muitas outras coisas na vida, nada dura para sempre. Resultado de algumas crises que fustigaram o país, mas também do desgaste que muitas marcas normalmente têm, a que acresceram as mudanças em termos de hábitos de consumo dos nossos principais clientes, a verdade é que quando a atual liderança do município tomou posse foi confrontada com uma dura realidade. Face a isto, impunha-se trabalhar no sentido de impedir a continuação do retrocesso que, convenhamos, era visível a olho nu. Foi isso que a Câmara Municipal fez. Para além da realização de estudos capazes de nos orientar, a todos, quer sobre o caminho a seguir, quer também sobre o nosso ponto de partida, a autarquia entendeu, e ainda bem, que eram necessárias medidas concretas e algumas delas imediatas.

Uma das mais importantes foi, sem dúvida alguma, o registo da marca Capital Europeia do Móvel. Mais do que um mero registo, esta medida pretendeu ser o ponto de partida para um ambicioso projeto de médio/longo prazo e que passa, fundamentalmente, pela promoção dos nossos produtos além fronteiras. Associada a esta marca está, entre outras medidas, a realização de eventos no estrangeiro e a abertura de lojas em vários países europeus. Esta nova marca tem a virtualidade de, em momento algum, colocar em cheque todo o trabalho e investimento, que foi feito, pela Câmara e Associação Empresarial, ao abrigo da Capital do Móvel. Quem diz o contrário, ou não sabe ler português ou pretende lançar ruído político num tema que devia ser supra partidário.

Os dados referentes aos números de visitantes, nacionais e estrangeiros, às nossas lojas locais e também às tradicionais feiras que cá se fazem, são suficientemente esclarecedores sobre a urgência em fazermos um upgrade na forma como comunicamos, expomos, produzimos e vendemos os nossos produtos. Aliás, o que felizmente tem acontecido em termos económicos no nosso concelho nestes últimos três anos permite um primeiro balanço. E sim, sendo sempre possível e exigível fazer mais, dúvidas não restam sobre as mais valias do trajeto que está a ser implementado. Os resultados económicos provam isso mesmo.