Os maioria socialista aprovou o Orçamento e Plano de Actividades para Lousada, para o próximo ano, tendo por base uma “política amigável para as famílias e as empresas”, sustentou o autarca local. O argumento não convenceu a oposição Acreditar Lousada que, através do deputado Agostinho Gaspar, lamentou a existência de um “acréscimo” de impostos no município, directos e indirectos, e que vão sair do bolso dos lousadenses.

“São mais de 49 milhões de euros” de taxas e contribuições, frisou, acrescentando que as receitas esperadas aumentam “9,3%”, relativamente ao ano anterior, e as correntes sobem “18%, através das transferências de competências da administração central”.

O “aumento de 7,7% em taxas e multas” também merecem críticas do deputado que alegou que este documento denota uma “falta de estratégia para o futuro, porque as obras inscritas são as mesmas previstas nos anos anteriores, deixando ainda de fora equipamentos essenciais para o município” como sejam o “mercado municipal e o novo espaço do cidadão que pretende congregar serviços públicos dispersos pelo concelho”.

“Este orçamento é insensível, porque não tem em conta os problemas das pessoas”

Leonel Vieira alinhou pela mesma bitola do seu colega de bancada, caracterizando a política levada a cabo pela maioria socialista como “insensível” do ponto de vista social, porque não tem em conta “os problemas das pessoas”.

Eduarda Ferreira fez questão de contrariar estes argumentos, alegando que “o peso da receita fiscal no concelho é de 18% quando a média de municípios com a dimensão de Lousada é de 36%. Quer isto dizer, prosseguiu a deputada, “que a média de impostos por habitante é de 238 euros, quando aqui é de 125”, elogiou.

A socialista valorizou ainda o facto de a autarquia “abdicar de 2 milhões de impostos municipais em prol das famílias de Lousada”, lembrando ainda que há contribuições que estão pelo mínimo, dando como exemplo o IMI.

Eduarda Ferreira valorizou a “manutenção dos preços da água e saneamento, o investimento nas escolas e nas freguesias”, assim como a preocupação no “acolhimento empresarial” que levou a que, nos últimos anos, se tenham instalado em Lousada “mil novas empresas”. Tudo somado resulta num “orçamento rigoroso de extrema responsabilidade”.

“Não podemos prescindir de tudo e investir apenas com o pouco que sobra”

Pedro Machado pediu a palavra e começou por confirmar que, “sim, é verdade, Lousada tem impostos”, porque gizar um plano o orçamento “com menos receita e mais despesa, é impossível”. “Qualquer pessoa sem formação sabe que isso é impossível”, sustentou.

Apesar disso, não deixou de contrariar a oposição dizendo que está a realizar uma “política amiga das famílias e de todas as empresa, tendo abdicado de cerca de “2 milhões e 400 mil euros” de receitas. Só que “não podemos prescindir de tudo e investir apenas com o pouco que sobra”, porque a política do executivo camarário vai muito para além disso.

Pedro Machado terminou dizendo que o investimento previsto para Lousada para o próximo ano será de “16 milhões de euros”, mas tratou de deixar a garantia que “a execução será muito superior”.

Sobre os equipamentos essenciais que ainda não foram concretizados no município, como o mercado municipal e o novo espaço do cidadão, o edil fez questão de explicar que o primeiro iria nascer num outro local, mas os comerciantes preferem manter-se onde estão, por isso a autarquia deverá “requalificar o espaço existente”. Sobre o segundo espaço, também apelidado por Pedro Machado de “projecto prioritário, as “dúvidas quanto à sua localização levaram a que a obra não fosse tão célere, mas é certo que avançar ao abrigo do Quadro Comunitário de Apoio”.

O Orçamento e Plano de Actividades foi aprovado pela maioria socialista com 23 votos a favor, 11 contra e uma abstenção.