Depois de dois anos de interregno, a Feira da Regueifa e do Biscoito & Mercado Oitocentista volta a preencher o coração da cidade de Valongo e espera “milhares de visitantes”, num evento que pretende “celebrar uma das logomarcas mais características” do município que é “o sector da panificação”.

Assim, de 1 a 5 de Junho, a cidade ‘abre portas’ para receber todos aqueles que queiram provar a regueifa e os biscoitos ‘made in Valongo’ que fazem parte do espólio das tradições centenárias locais.

A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Valongo, promotoras do evento, prometem que este regresso vai acontecer “com toda a força”, tanto mais que esta edição pretende fazer “uma grande homenagem aos padeiros e biscoiteiros” da região que, e mesmo durante a pandemia, continuaram a disponibilizar as suas iguarias.

José Manuel Ribeiro, autarca de Valongo, citado na nota de imprensa do município, refere mesmo que esta edição será “a melhor de sempre”, razão pela qual conta com a “energia das pessoas para honrarem as tradições”.

Como já é habitual, o núcleo nobre dos padeiros e biscoiteiros no Largo do Centenário é o centro das atenções desta feira, graças à presença dos padeiros e biscoiteiros neste espaço de venda que inclui fabrico ao vivo. “Desde os tradicionais moletes à famosa regueifa feitos com farinha de trigo, às versões de pão mais contemporâneas e outras doçarias, vai haver de tudo”, assegura a Câmara.

Já o núcleo do Mercado Oitocentista vai concentrar-se na Praça Machado dos Santos e na Rua de São Mamede que estão cortadas ao trânsito para acolher a venda de artesanato.  

A cada edição surgem novidades na Feira da Regueifa e do Biscoito & Mercado Oitocentista e, este ano, não foge à tradição. A Rua de Sousa Paupério vai contar, além da habitual decoração, com uma “exposição de fotografia marcante para a cidade de Valongo e para a comunidade local”, onde poderá fazer “uma viagem no tempo onde o passado e o presente se unem numa só imagem”, destaca a edilidade.

A Feira da Regueifa e do Biscoito & Mercado Oitocentista arranca oficialmente na quarta-feira, dia 1 de junho, pelas 14h30, com o desfile das crianças das escolas do concelho que se vão vestir a rigor para recriar profissões antigas ligadas à panificação.

Nas recriações históricas, destacam-se também a Bênção do Pão de Santo António e o Cortejo dos Padeiros, na sexta-feira, dia 3, e a Procissão e Pregão de Santo António, sábado, no dia 4.

Criar novas receitas que incluam regueifa e biscoitos foi o desafio lançado ao chef pasteleiro Marco Costa, autor do blog «Receitas Com Segredo» e ex-concorrente do programa Casa dos Segredos 2, que vai partilhar algum do seu conhecimento na área da culinária e pastelaria. A sessão acontece no átrio exterior da Oficina da Regueifa e do Biscoito, no sábado, dia 4, às 17h00.

No mesmo dia, há um desfile, a partir das 14h00, da Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo, que celebra o seu aniversário numa cerimónia a que chamam de ‘Capítulo’.

O concurso que elege a ‘Melhor Regueifa’ e o ‘Melhor Biscoito da Feira’ é considerado pelo município um dos “momentos-chave do evento”. No domingo, dia 5, um grupo de jurados vai provar dezenas destas iguarias das padarias e biscoitarias para eleger os melhores produtos à venda no certame, que serão avaliados numa prova cega.

A música também faz parte deste evento. Além da animação itinerante com os grupos Gaitifarra, Guindilha, Sópraki, Gaitas Sirigaitas e Cuspidores de fogo que se farão ouvir em vários pontos do recinto, estão agendados espetáculos musicais para todos os gostos nos palcos da Praça Machado dos Santos e do Largo do Centenário.

O palco principal vai ser inaugurado quarta-feira, dia 1, pelos sons mirandeses de Galandum Galundaina. Uma conjugação de gaita de foles mirandesa, flauta pastoril, rabel, saltério, cântaro, pandeiro mirandês e outros instrumentos, da região de Miranda.

Na quinta-feira, dia 2, será a vez da banda portuguesa Virgem Suta subir ao palco. Carlão, ex-vocalista dos DaWeasel, vai estar em Valongo no sábado, dia 4, para “cantar alguns dos seus temas mais marcantes”, refere a autarquia. Pelo palco vai passar o concerto Némanus, no domingo, dia 5, com os ritmos quentes dos irmãos de Peniche que “vão encher o Largo do Centenário e pôr toda a gente a dançar ao som de Aiué do roça roça, que conta com mais de 11 milhões de visualizações ou Youtube, ou Dançando kizomba, que já ultrapassa os 5 milhões”.

Na Praça Machado dos Santos, o projeto Sérgio Mirra Trio é o primeiro a subir ao palco com música tradicional portuguesa tocada por instrumentos como o cavaquinho, o bandolim, as violas regionais e, claro, a voz característica de Sérgio Mirra, acompanhado por Luís Pinho na guitarra de sete cordas e por Hervê Freire na percussão.

Inspirados pelas melodias tradicionais do Douro, a banda Andarilhos vai à Praça Machado dos Santos ritmos, tradições, melodias e vivências da região.

Depois de uma pausa na sexta-feira, a música regressa a Machado dos Santos no sábado, com a sonoridade característica de Zingarus. Em palco pode contar com a “essência do tradicional, a animação do popular e o poder do rock”, como descreve a banda, num espetáculo cheio de energia e fora da caixa onde entram instrumentos como a guitarra, o acordeão, o violino, a bateria, o baixo e a voz frenética de Ivo Mendes. Diretamente de Bragança para Valongo.

Para fechar as atuações, chegam os Baluarte no domingo, dia 5. A música de alma portuguesa é a principal homenageada neste concerto que junta em palco Sara Travassos, Cláudio Dias, Rafael Silva, Jorge Ventura, Tiago Cordeiro e Vasco Travassos. Os sons originais são feitos com instrumentos tradicionais como o cavaquinho, o bandolim, o acordeão e a guitarra portuguesa.