Estamos já em contagem decrescente para aquela que será a 13ª edição do Escritaria: um festival literário que homenageia um autor de reconhecido mérito e que envolve toda a comunidade em torno da sua vida e da sua obra. Este ano, Penafiel é a cidade de Mário Zambujal. Um autor querido e admirado por muitos. A sua vida e carreira vão já longas e será, sem dúvida, uma honra imensa podermos recebê-lo cá, apesar de, neste ano, termos condições diferentes, devido à pandemia, que veio, de resto, mudar a nossa vida.

De qualquer forma, queremos que esta edição tenha o mesmo brilho e a mesma alegria. O Escritaria é a festa das letras e dos livros e todos fazem parte. Aqui cabem desde os mais pequeninos até aos mais seniores. Pudemos ver isso ao longo das várias edições já decorridas deste festival e que bom é ver que o Escritaria não é um evento de nichos, mas sim um evento de todos os que gostam ou querem aprender a gostar de livros e de literatura.

Mas Penafiel não se destaca no panorama cultural da região só pelo Escritaria. Felizmente temos um percurso já longo nessa matéria, começando desde logo pelas Festas do Corpo de Deus. Depois de Roma, Penafiel foi a segunda cidade do mundo a iniciar as celebrações do Corpo de Deus.

Estas festividades, que são o resumo da nossa identidade e que fazem de Penafiel a única cidade no país que mantém, ainda hoje, a vertente profana e sagrada na majestosa procissão, serão em breve integradas no inventário nacional do Património Cultural Imaterial. Estamos a trabalhar nesse sentido, como aliás já aconteceu com as Endoenças de Entre-os-Rios.

E o trabalho, muitas vezes invisível, do nosso Museu, do nosso Arquivo e da nossa Biblioteca? Um trabalho notável junto da nossa comunidade, dentro e fora de portas. Levam os livros, a história, as nossas memórias e tradições, o nosso património, a todos.

As iniciativas culturais que decorrem em Penafiel, ao longo de todo o ano, em todas as freguesias do concelho assumem também um papel importantíssimo na estratégia cultural do Município. Destaco os concertos de música, sessões de cinema ao ar livre e o festival de teatro sentir penafiel, este que percorre as freguesias do concelho, para além de muitas outras iniciativas.

Tem havido a preocupação de, ao longo de vários anos, promover o acesso à cultura em todo o concelho. Não o começamos a fazer ontem ou hoje. Fazemo-lo já há vários anos.

O Município tem uma oferta cultural variada e para todas as idades e gostos. Exceptuando este ano de 2020, em que assinalamos 250 anos de vida como cidade, e cujo programa ficou, infelizmente, suspenso devido a esta pandemia global, não faltam opções de actividades culturais em Penafiel. Difícil é mesmo escolher onde ir ou o que ver. O desafio é comunicar tanta actividade sem baralhar os nossos munícipes, que se vêm aflitos para gerir tanta coisa a acontecer em Penafiel ao mesmo tempo. Mas é bom assim e assim iremos continuar! Assim tenhamos condições para isso.

2020 seria um ano especial. São 250 anos. Tínhamos um programa fantástico, mas outros valores se levantaram: a preocupação com a saúde e segurança de todos e a preocupação em apoiar famílias e empresas, vítimas desta pandemia. Foi esta a prioridade assumida pela Câmara Municipal nestes últimos tempos.

Contudo, o acesso à cultura esteve sempre assegurado através dos conteúdos digitais que foram sendo trabalhados e divulgados pelos nossos serviços; as sessões de cinema ao ar livre; as sessões de cinema do Clube Objectivo Cinema de Penafiel em parceria com Cinemax; a Casa da Cultura em Galegos que está a ficar pronta e que vai abrir portas ainda em Outubro; a circulação do Bibliomóvel na comunidade; o acesso sempre garantido à Biblioteca, ao Arquivo e ao Museu; o acesso aos monumentos da Rota do Românico e ao fabuloso Centro Interpretativo da Escultura Românica na nossa Vila de Abragão.

Caros leitores, a verdade é que não faltam motivos de interesse cultural em Penafiel para que, entre amigos ou em família, possam passar excelentes momentos de convívio em segurança. Explorem o nosso território.

A Cultura não existe apenas num concerto ou na apresentação de um livro. A Cultura está no nosso Castro do Mozinho, está no engenho de azeite em Sebolido; está nos nossos Mosteiros; está no Castelo de Penafiel; está na Aldeia viva e preservada de Quintandona (mesmo sem festa do caldo); está no nosso Moinho de Novelas ou no Museu da Broa em Capela; está na Anta de Santa Marta e no Menir de Luzim; está em cada um dos monumentos da nossa grande Rota do Românico; está nas ruínas do balneário Romano das Termas de S. Vicente. A Cultura está, enfim, em toda a nossa belíssima paisagem natural e rural, que muito dizem dos nossos antepassados (em termos sociais, culturais e económicos).

Usufruam do que Penafiel e a região tem para vos oferecer!