Francisco Coelho da RochaA pergunta pode parecer descabida, mas está na mesma linha de pensamento dos que defendem o fim da UBER só porque tirou 20 por cento dos clientes aos taxistas. Na verdade, o email deve ter roubado uma percentagem de clientes bem maior aos CTT. Mesmo assim não passa pela cabeça de ninguém proibir a utilização dessa ferramenta electrónica.

Não sou dos que defendem a UBER porque os taxistas são arrogantes, andam com os carros sujos e eles próprios pouco asseados. É certo que alguns corresponderão a estas características (infelizmente já apanhei alguns), mas também há muitos taxistas que são pessoas bem-educadas, asseadas, cordiais e que têm os carros impecavelmente limpos (felizmente já tive o prazer de me deslocar em alguns destes). Os motivos que me levam a defender a UBER não estão relacionados com nada disto. Defendo a existência da UBER porque defendo a livre concorrência e a iniciativa privada.

Ontem, enquanto assistia a alguns dos directos televisivos sobre as manifestações, apercebi-me que a maioria dos taxistas entrevistados não fazia ideia do que é a UBER e usavam argumentos falaciosos para justificar o fim dos correntes.

Um dos argumentos era a ilegalidade dos carros da UBER. Na verdade, todos os carros desta empresa exibem a letra A ou T que significa que são carros licenciados para o transporte de aluguer. Outro dos argumentos era o facto de não pagarem impostos. Ora, ao contrário dos taxistas, que recebem a maioria dos serviços em dinheiro e só passam factura se o cliente a pedir, na UBER não é possível pagar em dinheiro. Todos os pagamentos são efectuados com cartão de crédito e todos os clientes recebem imediatamente a factura no email. Ou seja, não há fuga aos impostos.

Oxalá o Governo não se deixe intimidar por estas manifestações corporativistas, regadas de brutalidade, cólera e agressões, que põem em causa os interesses dos cidadãos.