Cerca de 40 participantes são aguardados, no dia 1 de Março, no IV Concurso a Melhor Sopa Seca do Concelho de Valongo, uma iniciativa organizada pela Confraria do Pão da Regueifa e do Biscoito que decorre no Auditório António Macedo, no centro de Valongo.

Segundo a padeira-mor da Confraria do Pão da Regueifa e do Biscoito de Valongo, Rosa Maria Rocha, o concurso tem sido um sucesso, sendo um veículo que tem contribuído para dar a conhecer uma tradição gastronómica muito apreciada no concelho.

“O concurso tem sido um sucesso e com ele fizemos reviver uma tradição gastronómica que nos é muito cara e assim estamos a cumprir a missão que nos levou à criação da Confraria – preservar, valorizar, promover e divulgar”, disse, salientando que a Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo foi criada em Junho de 2015, com o objectivo de preservar, valorizar, promover e divulgar os valores gastronómicos do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo duma iguaria feita com o pão não gasto no uso diário.

“O conhecido pão recesso estava a ficar esquecido e criamos o Concurso a melhor Sopa Seca do Concelho de Valongo. O concurso tem sido um sucesso e com ele fizemos reviver uma tradição gastronómica”, expressou, salientando que o concurso, à excepção da primeira edição, tem vindo a estabilizar em termos de participantes.

“Estranhamente, a 1.ª edição do concurso, talvez pela novidade, foi a que teve maior número de participantes: 52. A partir daí estabilizou, andando, anualmente, nas 40”, avançou.

Ao Verdadeiro Olhar,  Rosa Maria Rocha destacou que o concurso vai manter o mesmo figurino das edições transactas, recordando que em “equipa que ganha, não se mexe”.

“O concurso vai na sua 4.ª edição e, como é uso dizer-se, em equipa vencedora não se mexe, por isso nós vamos manter o mesmo figurino. Começamos com um  momento lúdico, a actuação do grupo ‘Os Pequenos Cantores de Valongo’. Enquanto decorre a actuação, o júri, composto por cinco membros, procede à prova, selecção e seriação das três melhores sopas secas. Esta prova é uma prova cega, pois as sopas secas estão identificadas por um número, a que corresponde um envelope fechado também numerado que contém, no seu interior, a respectiva ficha de inscrição. Apuradas as três melhores sopas secas, abrem-se os envelopes com o mesmo número e, nesse momento, estão apurados/as os/as vencedores/as”, confirmou, recordando que o concurso tem associado um fim solidário, revertendo o valor realizado a favor dos Bombeiros Voluntários de Valongo.

“A sua excelência/nobreza resulta do facto de estar associada à actividade económica que, durante largos anos, foi a mais relevante de Valongo – o fabrico e venda do pão”

Falando da importância gastronómica da sopa seca, a padeira-mor da Confraria do Pão da Regueifa e do Biscoito de Valongo, referiu que é um produto gastronómico tradicional de Valongo e muito valorizado pelos valonguenses.

“É um produto de excelência para nós, dado o facto de estar associado ao pão. A sopa seca, como já referi, é feita com o pão velho, sendo um aproveitamento do pão. A sua excelência/nobreza resulta do facto de estar associada à actividade económica que, durante largos anos, foi a mais relevante de Valongo – o fabrico e venda do pão. A sopa seca era e voltou a ser, graças a esta actividade da Confraria, uma sobremesa de excelência dos valonguenses. A sua excelência resulta da tradição, dos valores que incorpora e que veicula, das suas origens, o pão”, assegurou, frisando que esta iguaria tem muitos apreciadores no concelho e na região.

“Hoje em dia, é uma iguaria muito presente em todas as famílias e restaurantes. Para a Confraria é um orgulho, pois fomos o veículo do ressurgimento desta tradição que estava ‘a morrer’. Aliás, quero salientar algo que nos tem surpreendido – a adesão de jovens. Nas últimas edições temos tido jovens a concorrer … e a degustar! O que é sinal de missão cumprida e nos faz sentir que foi em boa hora que criámos a Confraria e, em especial, esta iniciativa”, afiançou.

“Para todo lado que vamos, levamos sopa seca … “

Questionada sobre a importância deste produto na divulgação e promoção do concelho, Rosa Maria Rocha realçou que a sopa seca tem funcionado como um veículo promocional do território.

“Para todo lado que vamos, levamos sopa seca … vamos a escolas profissionais e superiores de hotelaria e restauração fazer workshops … participamos em todos os eventos para que somos convidados pelo município e outras entidades e levamos sempre a nossa sopa seca e os nossos biscoitos, aliás, não só levamos a sopa seca como fazemos workshops e, assim, damos a conhecer a receita e confecção a … e também a chefes que estão em restaurantes e hotéis de luxo a usar a sopa seca … graças à Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo o nome da nossa terra é conhecido do Norte ao Sul de Portugal, passando pelas regiões autónomas dos Açores e Madeira e também por várias cidades de Espanha”, acrescentou.

Refira-se que a inscrição para o concurso é feita nos Bombeiros Voluntários de Valongo até ao dia 29 de Fevereiro.

No acto da inscrição os concorrentes, os participantes levantam uma caçarola de barro para confeccionar a sopa seca, devendo deixar uma caução de cinco euros, que será devolvida aquando da entrega da sopa seca, no dia do concurso. Os participantes levantam, ainda, um envelope e uma ficha de identificação.

No dia 1 de Março, entre as 15h00 e as 15h30, os concorrentes entregam as caçarolas com a sopa seca a concurso à organização.

Além da apresentação e da cor, os critérios para avaliação das sopas secas têm em conta a textura e o sabor.

A apreciação da Sopa Seca é realizada em acto público do júri, mas ninguém pode interferir na avaliação.

Pelas 17h00 serão conhecidos os resultados do concurso e entregues os prémios.