(Para onde vãos os nossos impostos – parte 2)

Numa sociedade cada vez mais apressada, onde o tempo aparece sempre tão escasso e a nossa atenção é constantemente distraída pelo consumo, pela necessidade de novas experiências e por um novo mundo gerido pelas redes sociais e pela tentação de viver uma realidade forjada, é importante que haja quem observe a comunidade e se preocupe em cuidar do seu futuro, mas também do seu presente.

É importante que haja quem se preocupe com aqueles que, pela idade, pelas suas parcas condições financeiras e pelos seus problemas de saúde, estão mais vulneráveis, mais fragilizados, mais abandonados e muitas vezes até, esquecidos.

É por isso que a área social numa câmara é um dos mais importantes sectores. É aqui que se produz políticas e se aplicam medidas que podem mudar radicalmente a vida de uma pessoa.

No seguimento do artigo anterior onde pretendo mostrar para onde vão os nossos impostos, vou neste debruçar-me sobre o forte investimento financeiro na área social.

Recentemente a Câmara de Valongo atribuiu mais 16 habitações sociais recuperadas a 16 famílias que poderão passar o Natal numa casa com todas as condições de habitabilidade e conforto. Totalizam assim 130 as casas já entregues nos 5 anos de governação PS. Mas uma casa antes de ser entregue tem sempre de ser recuperada e essa recuperação, em média, custa oito mil euros. Quer isto dizer que nestes 5 anos o município já investiu 1 milhão de euros na recuperação interior das casas que entregou, o que dá um investimento médio anual de 200.000€. Um investimento irrecuperável pois estas casas tem rendas cujo valor está indexado aos rendimentos declarados do agregado e que por isso variam entre 4,29€ e 117,6€ mensais.

Para além disso temos cerca de quatro milhões de euros contratualizados, com a entidade que gere os fundos comunitários, para a reabilitação exterior dos edifícios e espaços públicos envolventes em vários empreendimentos de habitação social de todo o concelho, para assim aumentar o conforto térmico das casas e requalificar os espaços exteriores. Deste valor financiado a câmara suportará com dinheiros próprios mais de 600.000€. No ano de 2019 o investimento rondará os 1,8 milhões de euros sendo que a Câmara terá de suportar aproximadamente 300.000€.

Na área social foi este executivo PS que implementou projetos em Valongo, como:

O Meu Bairro não tem Paredes. Este projeto, também com recurso a fundos comunitários, desenvolvido em empreendimentos sociais e dirigido aos seus residentes, pretende promover a inclusão desta população, muitas vezes e por vários motivos excluída da sociedade. Este projeto pretende criar pontes entre o bairro e o mundo trazendo o mundo ao bairro. Um projeto que se estenderá por 3 anos e custará cerca de 251.863€.

Casas de Acolhimento de Emergência. Estas casas surgiram da necessidade de ser criada uma resposta local ao nível do acolhimento temporário a vítimas de violência doméstica e a famílias que se encontrem numa situação de grande vulnerabilidade ou de emergência social. Teve um custo de aproximadamente 8.000€.

Para além destes projetos novos alteramos e melhoramos outros que já existiam como:

Programa Acreditamos em Seniores Ativos (ASA), com abertura de novas turmas, introdução de novas disciplinas e aumento do número de alunos na Academia Sénior. Em 2013, quando assumimos a câmara, frequentavam a Academia 180 seniores, no ano letivo 2018/2019 frequentaram a Academia 616. Este programa tem um custo anual aproximado de 85.000€.

Fundo de Emergência Social do Município de Valongo. Fizemos um reforço do montante anual para 75.000,00€, com vista a apoiar financeiramente um maior número de munícipes que se encontrem em situação de vulnerabilidade socioeconómica.

OTL Especial@rte. Projeto de ocupação de tempos livres para crianças e jovens com deficiência, que funciona nos períodos de férias escolares e custa anualmente cerca de 50.000€;

Casa do Xisto. A arte para a D(eficiência). Projeto dirigido à população com deficiência e visa promover a inclusão pela arte. Custa anualmente cerca de 50.000€, mas serão necessárias obras de reabilitação do edifício que albergará este projeto. As obras acontecerão no primeiro semestre de 2019 e custarão cerca de 150.000€.

 Projeto VOAHR. Projeto que pretende melhorar o desempenho das instituições na gestão dos seus voluntários. Custa anualmente cerca de 2.500€.

Projeto “Chave de afetos”. Pretende minimizar e prevenir os riscos de isolamento da população sénior. Custa anualmente cerca de 4.000€.

Plano de apoio alimentar que prevê a atribuição diária de 200 refeições às pessoas mais carenciadas. Está medida custará no ano de 2019, 146.000€.

 Todos estes projetos e obras terão um impacto financeiro direto no ano de 2019 superior a 1,1 milhão de euros.

Nesta época de festa e de reunião onde existe uma maior disponibilidade para dar, partilhar e perdoar, é bom saber que alguém protege os mais carenciados e será ainda melhor se cada um de nós poder também fazer algo por eles, nem que seja conviver e partilhar abraços, sorrisos e afetos.

Um muito feliz Natal para todos. Um excelente ano novo.