Hoje é Dia do Pai. Um Dia do Pai diferente, à distância. Quando telefonei ao meu pai para o felicitar, aproveitei o telefonema para lhe dar uns conselhos. Nunca me passou pela cabeça que um dia iria dizer ao meu pai para não sair de casa, para ter cuidado, que iria perguntar se ele precisa que eu faça compras por ele. Mas o raio do homem é teimoso como tudo e continua a achar que deve ser ele a fazer tudo e que nós, os filhos, é que temos que ter cuidado.

Isto acontece porque, nas últimas semanas, o avanço do coronavírus levou as autoridades a tomar medidas para conter o avanço das infecções, de forma a que o Sistema Nacional de Saúde consiga responder a todos os casos de emergência. Essas medidas estão a condicionar-nos a vida e assim continuará a ser nas próximas semanas, limitando os nossos movimentos e alterando o nosso dia-a-dia.

Muitos adaptaram-se e perceberam que conseguem trabalhar a partir de casa. O meu filho mais velho continua a ter aulas na universidade por e-learning, o mais novo tenta desenrascar-se com os e-mails que a professora lhe vai enviando e, dentro da anormalidade, tudo vai correndo de forma normal.

É certo que existe uma incerteza económica, mas isso não nos deve abalar. Na verdade, este tempo de incerteza não afecta apenas a nossa família, afecta todas as famílias. Para além disso, pode ser uma oportunidade para mudarmos alguns hábitos e conseguirmos mais tempo para nós e para os nossos.

De um dia para o outro, um vírus que parecia que estava longe mudou toda a nossa existência. Mas, da mesma forma, de um dia para o outro, assistimos a imensas acções de solidariedade que achávamos impossíveis de acontecer até há poucos dias.

Vamos continuar a ver-nos por aqui. Ânimo! Isto já passa. Proteja-se!