O tema das Cidades Circulares esteve, esta quarta-feira, em destaque no Fórum Cultural de Ermesinde, em Valongo, numa iniciativa nacional, desenvolvida pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e pela NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, da NOVA Information Management School, com outros parceiros.

O evento contou com vários especialistas e teve como objectivo promover a partilha de boas práticas entre os diferentes concelhos, a apresentação de soluções inovadoras no plano das cidades inteligentes e divulgar projectos que estão a ser desenvolvidos por todo o país.

Citado em comunicado, o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, destacou que o município tem apostado fortemente na economia circular, através do projecto Reciclar é Dar +, que já chega a mais de 10% dos lares do concelho.

“O nosso objectivo é alargar a todas as 40.000 habitações do município este projecto de recolha selectiva porta-a-porta. As pessoas têm de perceber que podem fazer a diferença com simples gestos de separarem logo em casa os resíduos, sejam multi-material ou orgânico”, disse.

O autarca valonguense realçou que a aposta do município no contexto da inteligência urbana não se tem ficado por aqui, sublinhando que a câmara municipal tem procedido à substituição de toda a rede de iluminação pública por tecnologia LED, um investimento avaliado em 7,7 milhões de euros que está a ser pago com as poupanças geradas.

“Desta forma conseguimos iluminar todas as ruas de Alfena, Ermesinde, Campo, Sobrado e Valongo, dando resposta a um dos maiores anseios da população, com uma solução inovadora, económica e mais amiga do ambiente”, acrescentou, assegurando que a renovação dos carros de serviço da autarquia por veículos eléctricos e híbridos acarreta uma poupança anual de 18.000 litros de combustível (maioritariamente gasóleo) e representa menos 48.896 kg de CO2 emitido para a atmosfera.

António Almeida Henriques, presidente da secção de Municípios Cidades Inteligentes, da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), revelou que a partilha de experiências e boas práticas é pode funcionar como um acelerador na transição do conceito linear para o conceito circular das cidades portuguesas.

“É muito importante que os municípios façam este caminho em conjunto. Além disso, é também essencial que, no âmbito da programação do novo quadro de financiamento europeu, sejam previstas soluções financeiras para apoio à definição de estratégias para os municípios que ainda não estão tão avançados nesta matéria…”, manifestou.

As Cidades Circulares assentam na reutilização de recursos, na partilha, a reparação e a reciclagem dos materiais e dos produtos, alargando o seu ciclo de vida.

Para além dos desafios das Cidades Circulares, o Smart Cities Tour 2020 abordou temas como as oportunidades de financiamento no âmbito da programação dos próximos quadros de financiamento europeus.

Segundo a organização, cerca de 80% do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) 2021-2027 será reservado para tornar os municípios mais inteligentes, mais verdes e hipocarbónicos.

Estão previstas mais de 80 simplificações administrativas para uma aplicação de fundos mais simples, flexível e dinâmica.