Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

Ensinar a programar e ver os resultados em robôs são algumas das actividades inseridas no Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar de Penafiel com que os alunos de Rans já estão a contactar e a achar “fixe”.

É o caso de Catarina, aluna do quarto ano do Centro Escolar de Rans, que admite ser a sua “aula preferida”. “Eu adoro estar aqui por causa dos robôs e gosto muito de brincar com eles e com os computadores. Já aprendemos a programar os robôs e a fazer exercícios” revela. Já Lara, colega de turma de Catarina, diz gostar daqueles que têm “sensores, especialmente, e de mexer nos tablets”, porque “são divertidos e é fixe mexer neles”. “Já aprendemos muitas coisas”, garante a colega Inês.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

A sala onde estavam encontra-se repleta de alunos muito atentos aos movimentos que a meia dúzia de robôs em cima da mesa faziam. “Eles andam 20 centímetros e vêm para trás, não foi o que programámos?”, questionou a professora.

Rodrigo e Gonçalo, sentados numa das pontas da sala e com um robô nas mãos, dizem que a professora é “divertida” e “amiga”. O colega Tomás acha “divertido” programar e que isso lhes permite “aprender mais sobre os computadores”.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

Antonino de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Penafiel, visitou duas turmas de quarto ano daquele estabelecimento e ainda recebeu um convite para estar presente no jantar de final de ano.

Além de incentivar as crianças para que continuem empenhadas até ao final do ano lectivo, o presidente refere que está “muito contente por gostarem da iniciativa”, porque assim “envolvem-se mais, prestam mais atenção e tiram mais partido daquilo que aqui está a acontecer”.

Acompanhado do vereador da Educação, Rodrigo Lopes, que entregou aos alunos um manual de instruções dos robôs, explica que a “ideia não é proporcionar só momentos de lazer, é também para perceberem um bocadinho como isto funciona, a informática, porquê que as máquinas fazem determinadas coisas”, além de “promover o trabalho em grupo”.

Em concreto, os alunos de terceiro e quarto ano de Penafiel utilizam, em grupo, programas que permitem criar comandos e, através deles, passam essa programação para o próprio robô que vai obedecer e realizar acções.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

“A partir daí, conseguem verificar o quê que efectivamente estiveram a fazer. É óbvio que estamos num nível inicial, mas é promissor no sentido de lhes abrir caminhos para outras áreas, nomeadamente, não só das tecnologias, mas das engenharias. Creio que estes alunos, quando chegarem ao fim da escolaridade obrigatória, no 12.º ano, vão estar com muito mais apetências para, por exemplo, seguirem um curso de índole muito tecnológica”, explica António Duarte Cunha, director do Agrupamento de Escolas Joaquim de Araújo.

“Isto é inato aos nossos alunos. Eles efectivamente são de uma geração diferente, tudo o que é tecnologia, tudo o que é ecrã táctil, diz-lhes muito”, acrescenta, referindo que o ensino da robótica – ou “probótica” (programação e robótica), como prefere chamar – já existe desde o ano lectivo 2015/2016 naquele agrupamento, englobando os alunos até ao quinto ano. Com a implementação deste novo projecto municipal, o Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar de Penafiel, foi possível terem “ferramentas novas, nomeadamente, robôs e tablets”, o que faz com que corra “muito melhor”.

Este plano vai ser aplicado durante três anos, direccionado para vários níveis de ensino no concelho de Penafiel e envolver um investimento de cerca de um milhão de euros. Inclui actividades relacionadas com a programação e robótica (abarcando um universo de cerca de 1400 alunos), a ciência, matemática, artes performativas e rádio e ainda acções direccionadas para os encarregados de educação.

“São acções muito interessantes que têm essa capacidade de envolver os alunos e que estão a ir de encontro aos nossos objectivos de tornar a escola ainda mais apelativa e de puxar por determinadas qualidades que nas matérias mais convencionais não são tão trabalhadas”, conclui Antonino de Sousa.