POLÍTICA PARA TOTÓS: Eleições europeias, obras estruturantes, cartões horripilantes, efemérides importantes, outras coisas que tais e… sais minerais

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A campanha eleitoral para o parlamento europeu é um paradoxo.

Em vez de se discutir a Europa discute-se o país.

Nem o país se discute.  Zurzem-se personalidades. Discute-se a estética dos candidatos.

Na segunda – feira, quando, de novo, as atenções deveriam estar voltadas para o país, vamos falar da Europa até à exaustão.

Os resultados eleitorais irão colocar os dirigentes europeus de orelhas arrebitadas.

Consequências trágico-cómicas de uma Europa que insistem em construir de cima para baixo.

A velha e nova questão de se pensar que é possível fazer política menorizando os cidadãos.

Concedamos a nós próprios a liberdade de entender que o Parlamento Europeu é apenas um órgão que reúne em dois locais (Bruxelas e Estrasburgo) para se tornar ainda mais dispendioso aos bolsos dos cidadãos europeus.

Aceitemos a exorbitância dos salários dos parlamentares. Esqueçamos a excentricidade dos “complementos salariais”.

Ignoremos a escandalosa influência dos lobbys ali instalados.

Façamos de conta que, por exemplo, não sabemos que o Conselho Europeu ou a Comissão Europeia mandam mais, muito mais, do que o PE.

Ignoremos, propositadamente, que o PE pouco mais decide do que a uniformização do tamanho das sanitas para uma Europa de regiões de nádegas tão diferentes (que ninguém se ria, porque esta foi, efectivamente, uma das mais importantes deliberações dos parlamentares europeus).

Ignoremos tudo e mais alguma coisa enquanto a União europeia for desígnio colectivo por nós escolhido. Ou não foi?

Ignoremos tudo, mas lembremo-nos sempre e cada vez mais que é no Parlamento Europeu que os extremismos de direita têm encontrado campo fértil para se instalarem e multiplicarem.

Que nunca nos esqueçamos, nós, os europeus, dos males que somos capazes de fazer a nós próprios.

É, portanto e por tanto, que, mesmo que nos falte a vontade, não podemos faltar nós ao exercício de defesa da liberdade.

Depois disso, já sabemos: reúne o Parlamento, reúne a Comissão, reúne o Conselho e, no fim, Macron vai ouvir o que Merkel quer fazer e a Alemanha decide.

Dizem que é a UE a funcionar e o eixo franco-alemão a mandar. E todos sabemos que é.

MEL

A supressão da passagem de nível em Paredes foi há 30 anos

Foi no dia 21 de Maio de 1989, há 30 anos, que o então primeiro-ministro, Cavaco Silva, inaugurou a túnel desnivelado que suprimiu a passagem de nível da estação de Paredes. Para quem ainda se lembra, a eliminação deste obstáculo existente na EN15, na altura, a estrada de maior tráfego do país, foi uma obra que serviu não só os paredenses, mas todos os concelhos vizinhos, a região e o país. Era a única estrada que ligava Trás-os-Montes ao resto do país e, pelo norte ligava a Espanha pela fronteira de Chaves.

Como curiosidade, mas com o significado que cada um tirará para si, da placa evocativa da cerimónia da inauguração não constava, por decisão do próprio, o nome do presidente de câmara. Jorge Malheiro contentou-se com a realização da obra pela autarquia.

E nós a pensarmos que, depois de Jorge Malheiro, até as lojas de chupa-chupas levam a “placa” dos autarcas. Suas excelências!

FEL

Cartões horripilantes

A última iniciativa da câmara municipal de Paredes, com o designado “Cartão da Família” é um atentado à inteligência, um insulto aos pobres e uma exposição pública e estúpida das famílias em maiores dificuldades.

Um manifesto de insensibilidade social e mau gosto.

Sem mais comentários, para contermos a nossa indignação.