Daqui a duas semanas, a secção de Paredes do PSD vai a votos. Uma vez que se trata do partido que governou o concelho nos últimos 24 anos, gostaria de partilhar com os leitores uma série de notas breves a propósito desse acto político relevante.

1 – Atendendo ao facto de se terem já passado quase quatro meses desde que Rui Moutinho se demitiu, não se compreende por que é que só agora é que o partido vai a votos. Compreende-se ainda menos se tivermos em conta que a presidência do PSD passou a ser assumida pelo presidente da Junta de Freguesia de Lordelo, que está envolvido numa história que envolve dinheiro público e que deixa muitas dúvidas aos que analisam o caso, tanto dentro como fora do partido;

2 – As eleições partidárias estão marcadas para daqui a duas semanas. Quinze dias depois, os militantes serão chamados a eleger o presidente da Comissão Política Distrital. Ora, se o partido esperou quatro meses para eleger o presidente da Comissão Política Concelhia, por que é que não espera mais duas semanas, podendo, assim, realizar os dois actos eleitorais em conjunto?;

3 – Para já, apresentaram-se dois candidatos à presidência concelhia: Ricardo Sousa e Ricardo Santos. O primeiro é um ilustre desconhecido da esmagadora maioria dos militantes e que terá sido, há alguns anos, presidente da JSD; o segundo é o actual presidente da mesma JSD, voluntarioso e certamente com uma palavra a dizer no futuro do PSD, mas actualmente ainda sem a maturidade e a capacidade de liderança de que o partido necessita. Inácio Costa, que no PSD de Paredes nunca teve destaque de registo, tenta reunir apoios para se tornar no terceiro candidato;

4 – Não deixa de ser estranho que um partido que esteve 24 anos no poder e que nas últimas eleições internas teve mais de mil militantes a exercer o direito de voto não encontre entre eles alguém com notoriedade reconhecida para assumir a presidência. De facto, é nas adversidades que se vê quem está na vida política activa por convicção;

5 – E como para votar é necessário que os militantes tenham as quotas em dia e agora que o partido não está no poder a presidência do partido deixou de ser um lugar aliciante, provavelmente não haverá quem pague quotas aos amigos para que estes possam ir votar. Depois dos mais de 1.100 que foram votar nas últimas eleições internas, será interessante saber quantos o farão daqui a duas semanas…