“T0 na Escola – a autonomia ao acesso de TODOS”, assim se designa o projecto vencedor da edição 2020 do Orçamento Participativo Jovem de Lousada, cuja entrega dos prémios decorreu, esta segunda-feira, no Espaço Aje, no âmbito do 15.º aniversário deste espaço.

O promotor do projecto, Rémy Pereira Marques, presidente da Associação de Estudantes do Agrupamento de Escolas de Lousada Este) revelou que o principal objectivo do projecto passa pela instalação de um T0 num contentor, em contexto escolar, reside na promoção de competências nos alunos com necessidades educativas especiais, através do desenvolvimento da autonomia, do desenvolvimento pessoal e do relacionamento interpessoal.

Prevê-se que o projecto dará resposta diária, às especificidades de 24 alunos, deste agrupamento, podendo abranger cada um dos 440 alunos.

O promotor realçou, também, a importância que este projecto pode ter na integração dos alunos.

“Existem muitos alunos e até cidadãos que desconhecem as dificuldades que este passam no seu dia-a-dia para executar determinadas tarefas. Com este projecto, este TO pretendemos mostra que é possível ultrapassar essas dificuldades”, disse, sustentando que o TO terá uma lavandaria e um quarto.

Falando de como nasceu a ideia de avançar com a proposta, Rémy Marques reconheceu que na EB 2,3 de Caíde de Rei existem inclusive alunos com várias limitações a que o projecto pode servir, o que serviu de mote inspirador para avançar.

“É importante que as escolas disponham políticas de integração. Esta ideia existe em Braga e foi um grande sucesso, pelo que acreditamos possa sê-lo também em Lousada e possa ser replicado por outros locais”, avançou, sustentando que pretende-se, igualmente, levar os alunos a desenvolver actividades de vida diária (ser capaz de cozinhar, arrumar, limpar, tratar da sua higiene, das roupas – lavar, secar, passar a ferro…).

“Temos muitos alunos com necessidades de autonomia que têm dificuldades em se afirmarem, de terem conhecimento inclusive do próprio corpo, de se lavarem, de se vestirem”

Maria Armanda Leal, coordenadora do Departamento de Educação Especial da EB 2,3 de Caíde de Rei revelou que a ideia começou a ser trabalhada no departamento de Educação Especial do estabelecimento de ensino.

“Temos muitos alunos com necessidades de autonomia que têm dificuldades em se afirmarem, em terem conhecimento inclusive do próprio corpo, de se lavarem, de se vestirem, e achamos que era determinante criar essas condições para que esses alunos pudessem ser autónomos individualmente”, afirmou, avançando que que este projecto contou com a participação dos alunos do estabelecimento de ensino, em especial os do 9.º ano de escolaridade.

Questionada sobre a materialização do projecto, Maria Armanda Leal esclareceu que o contributo dos jovens passa pelo auxílio na construção do TO e por auxiliar os colegas menos autónomos a adquirem novas competências que serão determinantes para o seu futuro.

Aos jornalistas, coordenadora do Departamento de Educação Especial da EB 2,3 de Caíde de Rei declarou que já no ano transacto o estabelecimento de ensino ponderou em concorrer ao Orçamento Participativo Jovem, mas só este ano foi possível fazê-lo.

“Após termos tido conhecimento de outros projectos e verificado as necessidades de muitos alunos sem autonomia optamos por avançar”, confirmou, sustentando que este é um projecto arrojado que pode fazer a diferença.

“O projecto tem como foco as crianças com necessidades educativas especiais, mas todas as outras podem beneficiar com o mesmo. O projecto pode ser mais alargado e faz todo o sentido que seja uma proposta para o concelho e não para a escola”

O vereador da Juventude, Nelson Oliveira, relevou o número de projectos que se candidataram à edição deste ano, assumindo que houve um aumento das propostas.

“Tivemos mais três ou quatro propostas, o que é sempre positivo porque quanto mais participações, mais ideias o município pode aproveitar, verificar a sua pertinência e no futuro executá-las. Evidentemente que a proposta vencedora tem de ser colocada em prática, mas nenhuma das outras propostas estará excluída”, avançou, elogiando a proposta vencedora e assumindo que esta é uma mais-valia na área social e educativa e irá reforçar aquilo que são as necessidades em contexto escolar, dotando os alunos de competências funcionais.

“O projecto tem como foco as crianças com necessidades educativas especiais, mas todas as outras podem beneficiar com o mesmo. O projecto pode ser mais alargado e faz todo o sentido que seja uma proposta para o concelho e não para a escola”, concretizou.

Questionado sobre a necessidade de executar com a maior celeridade os projectos vencedores, o autarca referiu que a autarquia tem estado em contacto com os proponentes das propostas, muitas têm sido melhoradas e até assimiladas pela câmara municipal.

“No caso do Skate Park estivemos sempre em contacto com os vencedores do projecto, contactamos várias empresas, mas existia a dificuldade de espaço físico para o fazer. Surgiu o Plano de Acção para a Regeneração Urbana (PARU) e melhoramos o projecto. Fazemos sempre uma reunião de avaliação. No caso do canil, o valor extravasou o  inicialmente previsto. Houve situações que as propostas foram melhoradas”, afirmou, acrescentando que o projecto Street Art passou por algumas dificuldades na sua execução devido ao facto das paredes não serem municipais e muitas vezes ser necessário encetar um diálogo com os proprietários das mesmas para implementar os trabalhos.

“Posso garantir que o Skate Park vai ser executado, a sala de ensaios será dentro da Casa da Juventude. Foi apresentada uma candidatura ao PARU e acredito que o projecto será uma das propostas que será executada ainda este ano”, confirmou.

Refira-se que o Skate Park Lousada previa a criação de um local de diversão desportiva para a prática de Skate, BMX ou desportos similares, baseado nas mais modernas plataformas e rampas, promovendo o convívio entre jovens, famílias e amigos no Parque Dr. Mário Fonseca.

O projecto vencedor do Orçamento Participativo Jovem de Lousada 2019 tem um valor de 28 mil euros.

O Orçamento Participativo Jovem visa promover a participação plural dos jovens naquilo que são as grandes decisões em matéria de políticas públicas.

O projecto reúne opiniões e contributos de várias áreas que são inscritas e executadas no Orçamento Municipal e nas Grandes Opções do Plano.