O presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Antonino de Sousa, defendeu, na última Assembleia Municipal, na sequência de uma pergunta do deputado municipal do PS, Renato Barros, que a Ambisousa está a trabalhar numa solução para o “day after” dos aterros, nomeadamente do aterro de Rio Mau.

O chefe do executivo afirmou mesmo que os aterros são essenciais, mas que o futuro não passa por novos aterros, mas por uma solução de pirólise e de Tratamento Mecânico e Biológico (UTMB) para a valorização de resíduos urbanos (TMB) de segunda ou terceira geração.

“Os aterros estão lá, um em Lustosa e outro em Rio Mau, estão lá porque alguém no seu tempo assim o entendeu. Aquilo que é importante é que os aterros sejam bem geridos de acordo com as melhores práticas porque os aterros são essenciais. Eu sei que o politicamente correto é dizer-se queima, nem pensar, mas a prática revela que não há alternativa. Basta ver exemplos de países com práticas ambientais reconhecidas no Norte da Europa e aquilo que encontramos é a queima. Mesmo as Unidades de Tratamento Mecânico e Biológico (UTMB) para a valorização de resíduos estão a revelar muitas fragilidades”, disse, sustentando  que neste momento, a Ambisousa está num processo de reflexão muito adiantando focado no “day after” dos aterros.

“Os aterros não vão durar indefinidamente, mas vão sempre ser precisos, não neste contexto, não neste modelo de funcionamento”

“Os aterros não vão durar indefinidamente, mas vão sempre ser precisos, não neste contexto, não neste modelo de funcionamento. Em Paredes teremos de ter a solução aglutinadora, mas está decidido. Estamos a fazer esta reflexão de acordo com o Ministério do Ambiente e não passa por novos aterros, nem para nós nem para nenhum dos sistemas do país, passa por uma solução de pirólise e de TMB de segunda ou terceira geração. O assunto está a ser tratado com muita seriedade, felizmente hoje temos um conjunto de actores que têm essa sensibilidade e percepção que é importante actuar. É um processo que não é simples e está a ser tratado com este desassombro”, afirmou.

Refira-se que recentemente contratou uma empresa de falcoaria para o controlo das gaivotas nestes espaços de disposição de resíduos.

O presidente da Câmara de Penafiel esclareceu, também, que os dados da recolha selectiva, questão que também lhe tinha sido endereçada pelo elemento do grupo municipal do PS, Renato Barros, evidenciam que o concelho ultrapassou as metas definidas no Portugal 2020 dos 32 quilos por habitante.

“No ano de 2019 no nosso sistema ultrapassamos já o valor que nos está fixado para 2020 que era 32 quilos por habitante. Quando disse que a partir de Julho iríamos começar a ter melhores indicadores porque iríamos ter a Ambisousa a assumir esta responsabilidade efectivamente é isso que está a acontecer. A Ambisousa assumiu a recolha selectiva em Julho em Penafiel, em Setembro, em Paredes e Castelo de Paiva e só no dia 1 de Fevereiro integralmente os seis municípios do Vale do Sousa. Mesmo assim os resultados já melhoraram. Acredito que esta mudança vai ter resultados muito positivos para o nosso sistema e nós bem precisamos disso”, acrescentou, criticando a proposta aprovada pelo PAN, Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza o âmbito da discussão do Orçamento de Estado para aumentar as taxas.

“É muito mais fácil aumentar as taxas do que criar soluções. É muito mais barato. Acho curioso que o ministro com o à vontade que todos lhe reconhecemos diga que não são os cidadãos que vão pagar. São os sistemas. Como se os sistemas não sejam a comunidade. A carga financeira relativa às taxas de gestão de resíduos é elevadíssima, um valor semelhante ao valor da própria tarifa para a deposição”, afiançou.

O chefe do executivo confirmou, também, que a substituição das 800 luminárias no concelho, uma promessa feita em 2019, conforme recordou Renato Barros, já começou no sul do concelho, Sebolido e Rio Mau e vai passar por outras freguesias.

“A EDP está a fazer esse trabalho. A nossa candidatura que era inicialmente de um milhão passou para um milhão e meio. Foi possível reforçá-la porque houve outros municípios que não tiveram tanto interesse nesta área e aproveitamos para reforçar e estamos a aguardar que seja aprovada e acredito que seja por estes dias. Temos uma parceria com a EDP para que possa fornecer a mão-de-obra para que este milhão e meio possa ser todo ele canalizado para o equipamento”, assegurou.