O balanço do que de bom e mau se vai fazendo na política da região leva-nos este ano a destacar mais três figuras que nos parecem ter dado um contributo positivo para os seus territórios. Independentemente de todos os autarcas desta região, neste ano particularmente difícil, terem procurado encontrar as melhores soluções e apoios para dar resposta às necessidades da população trazidas pela pandemia Covid-19.
A Nuno Araújo, natural de Rio Mau, Penafiel, distinguimos pelo percurso que o levou, em 2020, à presidência da Administração dos Portos do Douro e Leixões e Viana do Castelo (APDL). Era até então vogal do conselho de administração e foi designado para o cargo pelo Ministério das Infra-Estruturas e Habitação, até 2022.
O licenciado em Engenharia Mecânica na Universidade do Minho, com uma Especialização Internacional em Soldadura, uma Pós-graduação em Engenharia de Segurança no ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade e um MBA Executivo na Porto Business School, reconhecido militante do Partido Socialista, e actual presidente do PS Penafiel e membro da Assembleia Municipal, já passou por vários cargos. Entre Setembro de 2009 e Junho de 2011 foi deputado à Assembleia da República, e entre Novembro de 2015 e Março de 2018 foi chefe do gabinete do então secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos.
Na APDL este penafidelense está a liderar a implementação de grandes investimentos ligados ao aumento da acessibilidade ao Porto de Leixões, com o prolongamento do quebra-mar (mais de 130 milhões de euros) e aprofundamento da bacia de rotação e o novo terminal do porto, as “duas maiores obras marítimas do século”. A par disso, a aposta está a ser na transformação enérgica, com a redução da pegada ecológica. Rumo à descarbonização, foi assinado um protocolo pioneiro que vai reduzir o número de camiões poluentes a circular nas infra-estruturas portuárias, que já entrou em vigor. Calcula-se uma diminuição de 50% das emissões poluentes. Para cumprir a mesma meta, foram adquiridos dois novos rebocadores que chegam este ano. A frota interna, de 40 camiões, pode vir a ser substituída por veículos eléctricos e a hidrogénio. Está ainda em estudo a construção de um terminal de cruzeiros fluviais no Douro.
Manuel Nunes, Lousada
Já foi aqui realçado o papel de Manuel Nunes na política ambiental do concelho de Lousada. O vereador e vice-presidente da câmara, responsável pela estratégia ambiental do município, tem vindo a colocar no terreno vários projectos que já renderam ao concelho um prémio ambiental europeu na área da sustentabilidade.
Este ano, além das continuas apostas na plantação de árvores no território, na protecção dos rios e no incremento da reciclagem, o vereador do Ambiente e Natureza viu, por um lado, ser dado mais um passo no ambicioso projecto da Paisagem Protegida Local do Sousa Superior, que foi este ano classificada e cujo regulamento foi também aprovado. São mais de 1600 hectares de território do concelho, atravessando as várias freguesias junto ao Rio Sousa, sendo a primeira paisagem protegida criada na região. A meta é que cresça para os concelhos vizinhos e se ligue ao Parque das Serras do Porto. O objectivo é promover aquele território salvaguardando valores ambientais.
O autarca foi também responsável por dar início a um projecto de parceria que quer retirar, em cinco anos, 2,5 milhões de garrafas de água de plástico das escolas do concelho: o equivalente ao espaço de 10 autocarros e ao peso de 34 toneladas. O Água da Torneira implica a distribuição de 10 mil cantis colocação de 50 dispensadores de água nos estabelecimentos de ensino para alcançar essa meta, assim como a instituição de um programa educativo e de monitorização de resultados.
José Manuel Ribeiro, Valongo
O pão, a regueifa e os biscoitos de Valongo há muito que eram conhecidos, mas estavam a cair no esquecimento. Fruto de uma estratégia de promoção iniciada há alguns anos, o panorama mudou e começam a renascer como marcas identitárias do concelho, a par de outras, como a lousa, as serras ou o brinquedo tradicional.
Por este trabalho em concreto, que tem vindo em crescendo e cujos frutos começam agora a aparecer de forma mais visível, com a abertura da Oficina da Regueifa e do Biscoito (concluída no ano passado, mas cuja abertura acabou por acontecer já este ano, devido à pandemia), destacamos o contributo do presidente da Câmara de Valongo. Pelo caminho, José Manuel Ribeiro já tinha iniciado a Feira da Regueifa e do Biscoito e o Mercado Oitocentista para dinamizar aquele sector e revitalizar uma tradição centenária.
Agora, com a Oficina da Regueifa e do Biscoito, a promessa é não deixar morrer a memória em torno do fabrico do pão e do biscoito que caracteriza o concelho e homenagear os que no passado e presente se dedicaram e dedicam a esta actividade. Lá, é possível conhecer a história, interagir com ela e até mesmo meter a mão na massa, levando para casa os biscoitos produzidos.
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