O presidente da Câmara de Valongo e candidato à distrital da Federação do PS Porto, José Manuel Ribeiro, anunciou, no sábado, aquando da apresentação da sua candidatura à federação socialista, numa sala repleta de militantes, ter como meta conquistar todas as câmaras do distrito do Porto, nas próximas eleições autárquicas.

O autarca valonguense assumiu a importância do PS conquistar a Câmara do Porto, defendeu que Federação Distrital tem que se libertar de uma vez por todas “da agenda do actual Presidente da Câmara Municipal do Porto”, assumindo que esta agenda tem condicionado “tudo e todos!” e também o próprio partido na área metropolitana.

Falando da Área Metropolitana do Porto, o candidato  afirmou que num momento em que parece estarem disponíveis para uma parte da Área Metropolitana mil milhões de euros e em que vão estar em causa novas linhas de Metro e de Metro Bus, o partido tem de pensar em conjunto, reunir políticos e cidadãos, autarcas e investigadores universitários, especialistas e cidadãos comuns, de forma a organizar uma rede de radiais e de circulares que sirva melhor os cidadãos nos seus fluxos pendulares quotidianos

José Manuel Ribeiro relevou, também, a importância da região do Tâmega e Sousa no contexto regional, assumir como prioridade mobilizar a sociedade civil, o tecido económico e o país político para a  necessidade de construir uma Operação Integrada de Desenvolvimento para os vales do Tâmega e do Sousa.

“É importante lançar a Linha do Sousa, uma nova ideia lançada pelos autarcas do Sousa, porque é uma linha que vai dar nova vida a centenas de milhares de pessoas”

O candidato à estrutura distrital do PS Porto assumiu. Também, que urge fazer um debate sobre a mobilidade na Área Metropolitana do Porto e o distrito do Porto, recordando que a Federação do PS do Porto não pode passar ao lado do debate estratégico sobre a importância da ferrovia.

“É importante lançar a Linha do Sousa, uma nova ideia lançada pelos autarcas do Sousa, porque é uma linha que vai dar nova vida a centenas de milhares de pessoas, a milhares de empresas, confirmou, sustentando que é vital  montar uma operação Integrada de Desenvolvimento para a região do Tâmega e do Sousa!

“Temos, aqui ao nosso lado, no distrito do Porto, uma sub-região que tem alguns dos indicadores mais baixos de desenvolvimento de todo o país. Isto é insuportável! Não podemos ter indicadores como os que existem a 20, a 30 e a 40 quilómetros da capital do distrito.  A Federação do PS Porto tem de assumir como prioridade mobilizar a sociedade civil, o tecido económico e o país político para a imperativa necessidade de construir uma Operação Integrada de Desenvolvimento para os vales do Tâmega e do Sousa – a exemplo do que fez no passado no Norte Alentejano e, com mais sucesso, na Península de Setúbal e no Vale do Ave”, anuiu, acrescentando:

“Não é só para a Área Metropolitana que se devem anunciar 1000 milhões é também para o interior do distrito que têm que se anunciar milhões, porque é com dinheiro que se resolvem os problemas das pessoas” disse, sublinhando que a moção de estratégia global será apresentada simbolicamente na região do Sousa e Tâmega.

No seu discurso de apresentação à distrital do PS Porto, José Manuel Ribeiro assumiu que quer que Federação volte a ter voz e peso político “com base no interesse comum, no respeito pelas comunidades”.

“Necessitamos de uma Federação do PS do Porto aberta ao contributo de todos os militantes e simpatizantes e que respeite as suas ideias. Uma Federação que substitua o actual modelo que segrega, discrimina e desrespeita quem pensa de modo diferente. Como afirmei quando lançamos esta candidatura, Portugal precisa que o distrito, a área metropolitana e a própria cidade do Porto voltem a ter peso político e liderança política real!”, manifestou, realçando que quer uma Federação do PS do Porto actuante, que envolva a sociedade, dialogue com os agentes económicos, os produtores de conhecimento para encontrar “os caminhos do futuro, que promova o seu desenvolvimento, a sua riqueza e a sua coesão”.

“O unanimismo nunca foi bom para nenhuma organização, muito menos para o nosso Partido, com a história que tem o nosso partido”

O candidato assumiu, também, a Federação Distrital do PS do Porto apresenta cada vez mais sintomas preocupantes de que se está a transformar “numa estrutura de poder pelo poder”, existindo “uma incapacidade de gerar debates e de liderar soluções que beneficiem a região e todos os seus concelhos”.

“Queremos uma Federação Distrital forte e respeitada pelo Governo, não porque traga à região os nossos governantes para cumprir agenda ou serem mandatários em eleições internas, mas sobretudo porque lhes dá razões para escreverem e anotarem nos seus blocos de apontamentos, os problemas e os desafios que enfrentamos, bem como as soluções que construímos e defendemos”, avançou, criticando a “confrangedora falta de ideias assim como o unanimismo.

“O unanimismo nunca foi bom para nenhuma organização, muito menos para o nosso Partido, com a história que tem o nosso partido, pois o unanimismo conduz ao combate à diferença, ao pluralismo e na verdade condiciona a nossa liberdade de dizer sim, ou de dizer não! E é esta obsessão pelo poder, pelo unanimismo que coloca em causa a unidade do PS. Isto é que coloca em causa a unidade do PS, não é a diversidade, não é pluralismo!”, asseverou, reconhecendo ser vital uma agenda permanente sobre o futuro da Área Metropolitana do Porto e do distrito do Porto, debater o desafio demográfico, a emergência climática e a transição digital.

 

Na sua alocução, José Manuel Ribeiro defendeu, uma vez mais, a regionalização.

“Sabemos que há um caminho de envolvimento dos cidadãos que tem que ser feito. Connosco, esse caminho será promovido. Será aberto, debatido, explicado. Temos a certeza de que o Porto e a sua região produzirão contributos inovadores e decisivos para que a instituição das regiões político-administrativas seja feita de uma forma democrática, equilibrada e consensual”, garantiu, defendendo uma atitude fundada nos princípios da tolerância, da democracia, do humanismo, da justiça e do espírito aberto.

“É dentro do Partido Socialista que temos que aprender a garantir a qualidade da relação que iremos ter com as nossas freguesias, os nossos concelhos, a nossa região e com o país! Devemos isso aos nossos fundadores e a todos os militantes anónimos que construíram e constroem todos os dias, este grande partido da Liberdade, da Solidariedade e da Igualdade de Oportunidades em Portugal!”, recordou.

O presidente da Câmara de Valongo tem como mandatário à distrital do PS Porto, Miguel Carneiro.