Paços de Ferreira seria um dos municípios com uma estação para o comboio de alta velocidade que faria a ligação entre o Porto e Zamora, permitindo chegar da capital do norte até Bragança em 75 minutos.

A proposta para este Plano Ferroviário Nacional partiu da sociedade civil, através da Associação Vale d’Ouro, que, durante três meses, juntou técnicos especialistas na matéria, que desenharam este novo corredor ferroviário com estações em Paços de Ferreira, Amarante, Vila Real, Alijó/Murça, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança.

Segundo o documento, disponibilizado no site da associação, os comboios de transporte de passageiros de alta velocidade podiam circular a 250 quilómetros por hora, ao longo da maior parte da linha, numa extensão de 265 quilómetros.

No que diz respeito à estação de Paços de Ferreira, o estudo revela que esta estrutura iria permitir “aproximar os concelhos do Vale do Sousa, do eixo de Altas Prestações entre Porto e Madrid, encolhendo as distâncias da região ao interior da Península Ibérica e à Europa Ocidental”. De igual forma, aproximaria “a região do Vale do Sousa do Aeroporto Francisco Sá Carneiro”.

Sobre as consequências para a actual rede convencional, o documento aponta ainda que a linha do Vale do Sousa, de características “suburbanas”, prevista para 2030, e que liga a linha do Douro em Valongo a Felgueiras, tem “uma vocação de mobilidade local e regional”, por isso, o novo corredor seria sempre “complementar à linha de alta velocidade de Trás-os-Montes”.

Através desta estrutura, agora desenhada, a nova ferrovia, que sairia do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e que terminava em Zamora, mais concretamente em Otero de Bodas, seria possível aceder à rede de alta velocidade espanhola, na linha que faz a ligação entre Madrid e a Galiza.

A obra estaria estimada em 4,15 mil milhões de euros, mas poderia ser inferior, conforme o projecto apresentado.

O documento aponta ainda as vantagens deste novo traçado, sublinhando que o Porto se tornaria “a porta de entrada da Fachada Atlântica na Península Ibérica”, para além de reforçar “o peso económico do Nordeste Peninsular, no contexto europeu”.

Esta nova ligação, que poderia estar concluída em 2040, também aproximaria “a população do Douro”, além de capitalizar “industrias para a região”.

Contas feitas, se este estudo saísse do papel, a linha de alta velocidade poria Madrid a três horas do Porto e Paris a cerca de oito.