A Águas de Paredes já avançou para tribunal para contestar a decisão de resgate da concessão de água e saneamento pela Câmara Municipal de Paredes. O pedido de indemnização ronda os 133 milhões de euros, disse o administrador da Be Water, Alberto Carvalho Neto, ao Jornal de Negócios.

Segundo o órgão de comunicação, a concessionária rejeita os 22,5 milhões de euros – 21 milhões de euros pelo resgate e 1,5 milhões de euros pelo reequilíbrio económico e financeiro – estimados pela autarquia paredense para completar o resgate.

No início da Abril, a empresa interpôs no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto uma acção que visa impugnar as decisões tomadas pela Câmara, em reunião de executivo e em Assembleia Municipal, com vista a resgatar a concessão. Nela é pedida ainda uma indemnização de 133 milhões de euros, adianta o CEO, um valor que se deve a “danos emergentes e lucros cessantes”.

Alberto Carvalho Neto diz ainda que a Águas de Paredes foi apanhada de surpresa com o pedido de resgate, numa altura em que a Câmara se preparava para assinar um aditamento.

Ao mesmo jornal, o presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, afirmou que o resgate vai continuar e que a autarquia vai aguardar “serenamente” o desfecho do caso em tribunal.

Recorde-se que ontem, e apesar do parecer desfavorável da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, a Câmara de Paredes deliberou manter o processo de resgate que culmina com a criação dos serviços municipalizados de água e saneamento que vão assumir a gestão em Janeiro de 2022.