Quer se goste ou não de política, é um facto que o ano de 2017 ficou marcado pelas eleições autárquicas de 1 de Outubro.

Foram meses de campanha (e pré-campanha) eleitoral com queixas na Comissão Nacional de Eleições, troca de acusações, climas crispados, cartazes vandalizados, comícios, jantares e concertos, rotundas cheias de outdoors, promessas…

O ciclo fechou-se no dia das eleições, que confirmou a satisfação da população com alguns executivos e mostrou cartão vermelho a alguns partidos. Na região, Lousada teve uma eleição tranquila com Pedro Machado a ser reconduzido na presidência da Câmara Municipal e o povo a dizer não, pela terceira vez, a Leonel Vieira. Em Penafiel, a população também optou por manter no poder a coligação PSD/CDS liderada por Antonino de Sousa. Este é agora o único executivo com a presença do PSD no Vale do Sousa. Em Paços de Ferreira e Valongo os socialistas Humberto Brito e José Manuel Ribeiro reforçaram as maiorias, com o PSD a perder um vereador em Paços de Ferreira e o PS a roubar o espaço à CDU e também ao PSD/CDS-PP em Valongo.

Paredes foi o concelho que protagonizou a grande mudança na noite eleitoral, com o socialista Alexandre Almeida a conseguir a vitória e a pôr fim a 24 anos de PSD na liderança do município. O autarca fez história ao tornar-se o primeiro presidente do PS na Câmara Municipal de Paredes.

Nas juntas de freguesia também ficaram marcas deste acto eleitoral com três a ainda não terem conseguido formar executivo por falta de acordo entre os partidos.

Apesar de a abstenção na região ter sido, mais uma vez, elevada, o povo escolheu. E os efeitos destas eleições autárquicas não param por aqui. Estaremos cá para acompanhar as coisas boas e más que advirão dessa decisão nos próximos quatro anos.

Onda de solidariedade na região

Se há coisa que o povo português mostrou no ano que agora terminou é que, perante a adversidade, a nossa capacidade de arregaçar as mangas e ir em auxílio dos que mais precisam é enorme e sem limites.

Assistimos, sobretudo em relação aos incêndios que assolaram o país, que mataram dezenas de pessoas e deixaram centenas sem casa e sem nada, a uma onda de solidariedade, não só a nível nacional mas também internacional para levar àqueles que perderam tudo algum conforto.

Na região foram muitos os casos de quem deitou mãos à obra para ajudar. Noticiamos muitos desses casos, mas muitos outros terão ficado longe das “páginas” dos jornais porque quando toca a solidariedade o que interessa é ajudar e não ser notícia. Mas foram inúmeras as empresas, associações, bombeiros, delegações da Cruz Vermelha, câmaras municipais e cidadãos anónimos que se lançaram na organização de iniciativas solidárias, desde caminhadas a campanhas de recolha de roupa, mobiliário, electrodomésticos e alimentos para dar apoio às populações e animais afectados pela tragédia.

De Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo partiram milhares de produtos e toneladas de ajuda que, com certeza, fizeram a diferença na vida de quem ficou sem nada.

Processo OLAF  

O concelho de Paredes foi, em 2017, notícia nacional por maus motivos, com a Câmara Municipal de Paredes a ser acusada pelo Organismo Europeu de Luta Anti-fraude (OLAF) de ter cometido irregularidades graves em contractos de adjudicação relativos aos centros escolares de Duas Igrejas, Recarei, Sobrosa e Vilela. Em causa, acusações de cambão, com suspeitas de “fraccionamento abusivo” de alguns concursos para que a Câmara pudesse recorrer a ajustes directos, “limitando a concorrência e canalizando mais facilmente as adjudicações dos contractos às empresas da sua escolha” e ainda uma possível “falsificação de documentos”.

A novela, que previa a possibilidade a Câmara ter que devolver mais de 8 milhões de euros, continuou com a autarquia a garantir a legalidade das suas opções e a contestar a decisão judicialmente.

Já no final do ano, o novo presidente da autarquia dava conta de que o município estava impedido de receber fundos comunitários, no âmbito deste processo do OLAF, e terá que devolver cerca de seis milhões de euros, sendo que 1,2 milhões de euros já foram retidos.

Um processo que ainda promete dar muito que falar durante o ano de 2018.

 

Conheça os premiados das outras categorias:

Personalidade do Ano

Empresa do Ano

Entidade Cultural do Ano

Entidade Desportiva/Desportista do Ano

Jovem Desportista do Ano

Jovem do Ano

Político do Ano

Projecto Social do Ano