Há 13 anos, quando convidaram o VERDADEIRO OLHAR para ser o Media Partner da primeira Festa do Caldo de Quintandona, eu desconhecia este lugar da freguesia de Lagares, do concelho de Penafiel. Tal como eu, a generalidade das pessoas da região também desconhecia, pois até há pouco tempo aquele lugar era um símbolo de desertificação do interior do país, com umas casas em xisto degradadas, sem água corrente e quase sem gente.

Tudo isto mudou a partir de 2005, quando Alberto Santos, o então presidente da Câmara Municipal de Penafiel, viu encanto onde toda a gente via escombros e decidiu avançar com a recuperação de toda a aldeia de xisto. As casas foram recuperadas com um bom-gosto extraordinário, foram criadas as infra-estruturas básicas e a aldeia passou a ter gente.

Mas se a recuperação é a base do sucesso de Quintadona, foi a Festa do Caldo que a colocou no mapa português. Desde há 13 anos que no terceiro fim-de-semana de Setembro, durante três dias e três noites, a aldeia recebe milhares de pessoas num misto de festival gastronómico e musical.

No ano passado, desafiei um casal meu amigo, que vive no Porto e costuma participar em alguns festivais similares na Galiza, a ir à Festa do Caldo de Quintadona. Ficaram encantados com a beleza da aldeia, com a festa e, acima de tudo, vinham maravilhados com a felicidade que viam nas pessoas que trabalhavam nos vários pontos de atracção do certame, ambos longe de imaginar todo aquele cenário a menos de meia hora de casa.

Quintadona e a sua recuperação são um caso de sucesso, graças à visão de um autarca e à iniciativa de uma comunidade que decidiu dar vida a uma aldeia pouco menos do que abandonada.

Já agora, não se esqueça de que a Festa do Caldo de Quintandona é este fim-de-semana.