“A expropriação não é o fim da Adega Cooperativa de Paredes”, garante José Leão, presidente da direcção da instituição, referindo-se à intenção da Câmara Municipal de Paredes em instalar um auditório de 600 lugares e um centro de congressos e eventos nas antigas instalações da cooperativa.

Recorde-se que, foi aprovada, na semana passada, a expropriação urgente daquele imóvel. O presidente da autarquia acredita que o processo poderá decorrer “de forma amigável”. O processo vai passar pela Assembleia Municipal no próximo dia 27. Só depois a Adega Cooperativa de Paredes será formalmente notificada.

Mas José Leão diz que a situação era esperada face às negociações que existiram com o município.

“Há vários anos que a Cooperativa tinha intenção de vender. O terreno em que está implantado o edifício foi desclassificado para zona de equipamentos pelo anterior executivo. Agora a actual Câmara propõe a expropriação, que é um processo mais fácil e rápido”, resume o presidente da direcção.

Quanto ao valor já anunciado, cerca de 780 mil euros, diz que lhe parece “razoável” já que a melhor oferta que já tiveram pelo espaço foi de 800 mil euros.

Mas tudo estará nas mãos dos cerca de 500 sócios da instituição. “Depois de ir a Assembleia Municipal caberá aos associados da Adega Cooperativa de Paredes ou aceitarem pacificamente esta situação ou deixar avançar para expropriação judicial. Visto que a verba será para liquidar dívidas aos sócios – a Cooperativa não tem dívidas externas – terão de optar se querem receber a curto prazo ou a médio e longo prazo, já que um processo em tribunal se arrasta”, explica José Leão. As dívidas aos sócios serão “ligeiramente inferiores” ao valor que está a ser proposto pela expropriação, responde quando questionado sobre as dívidas existentes.

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Mal seja notificado da decisão da Assembleia Municipal, o dirigente vai convocar uma Assembleia Geral e por a questão aos associados. “A direcção da Adega Cooperativa limitar-se-á a fazer o que os sócios decidirem”, salienta.

José Leão realça ainda que, avançando a expropriação, isso não significa o fim da Adega Cooperativa de Paredes, que há anos já desenvolve a sua actividade sem aquelas instalações.

“Dos quatro terrenos que a Adega é proprietária neste momento a Câmara iria expropriar três. Isso não impede que a Adega Cooperativa de Paredes continue a laborar, a receber uvas e a pagar aos associados. Vamos continuar a funcionar e a trabalhar em termos de produção com as adegas cooperativas de Lousada e Felgueiras”, adianta. “A vida da Adega de Paredes tem continuado e vai continuar no futuro desde que haja uvas para entregar”, conclui.