A polémica arrasta-se desde a semana passada, quando os vereadores do PS Penafiel se mostraram contra a alienação de alguns prédios municipais, acusando o executivo liderado pela coligação Penafiel Quer de estar a “delapidar património municipal”.

Os socialistas convocaram, para segunda-feira, uma reunião de câmara extraordinária em protesto, para tentar reverter as vendas dos imóveis, mas a proposta foi reprovada pela maioria PSD/CDS.

Em comunicado, o PSD Penafiel veio acusar o PS de “incapacidade” e “clara falta de preparação que não se pode admitir num partido que ambiciona ser poder”, lembrando que os socialistas votaram a favor da adjudicação de três imóveis.

O PS mantém a ideia de que “a venda de património por parte da Câmara Municipal é inadmissível e não acautela o interesse público municipal”.

 

PS votou a favor por duas vezes, critica PSD

Para o PSD, a atitude do PS Penafiel é “difícil de compreender”. “Depois de votar a favor da venda dos edifícios, por duas vezes, o PS veio para a praça pública acusar a Câmara Municipal de delapidar o património”, criticam os social-democratas.

Em comunicado, o PSD lembra que a 21 de Junho, em reunião da Câmara Municipal, os vereadores do Partido Socialista votaram favoravelmente a proposta de abertura do procedimento de alienação de alguns imóveis, através de hasta pública e que, a 6 de Outubro, votaram a favor da adjudicação da venda de três imóveis, já depois de decorrida a hasta pública, em que dois outros imóveis não receberam propostas.

Por isso, foi proposta a realização de uma nova hasta pública, para alienar os dois imóveis que não receberam ofertas e dois terrenos numa zona industrial. Só nesta altura é que o PS votou contra, sustentam.

“Ou os vereadores do Partido Socialista não estão atentos aos assuntos discutidos nas reuniões da câmara ou então, a sua postura política muda do dia para a noite”, acusa o PSD, acrescentando que esta postura revela incapacidade e falta de preparação e que a “irresponsabilidade e a demagogia pagam-se caras”. “As derrotas consecutivas do PS nas eleições autárquicas em Penafiel têm vindo a demonstrar isso”, acrescentam.

“Atendendo ao facto dos imóveis em causa estarem em processo de degradação e de não existir nenhum pedido, por parte de qualquer instituição, para a sua cedência, é compreensível a proposta da Câmara Municipal e sua a intenção de investir o resultado das vendas dos referidos imóveis em importantes obras no território”, defende o PSD, lembrando que nos últimos três anos a autarquia investiu cerca de 1,5 milhões de euros na aquisição de património, “um valor três vezes superior ao resultado das vendas agora realizadas”.

 

Venda de património é inadmissível

Também em comunicado, o PS mantêm a ideia de que a venda deste património é “inadmissível”.

“Dos vários imóveis já alienados destaca-se o antigo posto da PSP Penafiel, sito numa zona nobre e estratégica da cidade, onde podia segundo os vereadores socialistas ser edificada uma casa da cultura ou da juventude, equipamento que Penafiel tanto necessita há longos anos”, referem.

Os socialistas rejeitam o argumento utilizado pelo presidente do município, de que a venda destes prédios visa evitar o recurso a empréstimos bancários para com o valor das vendas poder alocar o financiamento municipal às candidaturas comunitárias, bem como a justificação de que os prédios se encontram degradados.

“Os prédios estão em bom estado de conservação, veja-se o antigo posto da PSP”, sustentam, dizendo que desconhecem as candidaturas comunitárias que a câmara municipal possa ter feito, mas que mesmo assim é “inadmissível vender os anéis do município para pagar algo que não existe”.

“Trata-se de argumentos sem qualquer substância e fundamentação política, estando este presidente a vender património (obra feita), para pagar obra por fazer,” criticam.

“O que se está a fazer em Penafiel, é muito grave, são actos de má gestão e uma confrangedora falta de ideias”, termina o PS.

Os socialistas marcaram uma conferência de imprensa sobre o tema para esta quarta-feira à tarde.