O realizador Abi Feijó integra agora a Academia dos Óscares, juntando-se aos 841 membros convidados de 59 países, divulgados na segunda-feira pela organização.

“Fazer parte da Academia de Hollywood, que atribui os Óscares é uma grande honra, mas é também uma responsabilidade”, afirma o realizador que passou a sua infância em Lousada e vive actualmente no concelho. Refere que pretende levar a votação nas Curtas Metragens e Animação, categoria na qual pode votar, “a um ponto de vista mais artístico e menos comercial”.

Para Abi Feijó, embora considere a sua participação como “uma gota no oceano”, “é sempre importante ter uma voz e Portugal ter também mais uma voz”. O realizador junta-se, exemplifica, aos portugueses Regina Pessoa, com quem fez “Estrelas de Natal”, em 1998, e Pedro Costa.

Na perspectiva do novo membro da Academia de Cinema dos Estados Unidos da América, “pretendem, de facto, alargar a incidência e diversificá-la também nos seus pontos de vista”.

Abi Feijó inaugurou, em 2014, a Casa Museu de Vilar – A Imagem em Movimento, em Vilar do Torno e Alentém, e tem também vários projectos a nível regional e local relacionados com o cinema.

Direccionado para os mais novos, desenvolve com os alunos de Lousada Oficinas de Cinema de Animação, permitindo aos “miúdos passarem para o outro lado da câmara, começarem a ver os meandros da produção, o que é o audiovisual, um filme de animação e poderem reflectir sobre esse meio”.

“Acho extremamente perigoso não ter essa formação, porque o audiovisual e o cinema em particular é uma forma de comunicação específica que tem uma linguagem específica e que pode ser extremamente manipulador das pessoas e, portanto, é fundamental que as pessoas comecem a pensar sobre esse meio”, salienta.