À conhecida expressão “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”, Rosário Farmhouse, presidente da Comissão Nacional de Promoção e Protecção dos Direitos das Crianças e Jovens, acrescentou uma outra “é preciso uma aldeia inteira para proteger uma criança”. E foi para distinguir o trabalho de 34 instituições e mais de 35 mil pessoas, desde agrupamentos de escolas e escolas a instituições particulares de solidariedade social e até de uma fundação, na protecção dos direitos das crianças que a instituição entregou, esta quarta-feira, em Lousada, 34 “Selos Protectores”. Além de premiar as boas práticas, o galardão implica um compromisso de aperfeiçoamento dos requisitos exigidos na obtenção do selo.

Lousada foi o segundo município do país com mais selos recebidos, sendo apenas suplantado pela Amadora. No âmbito de uma candidatura elaborada no âmbito da Rede Social, o Agrupamento de Escolas Este (Caíde de Rei), Oeste (Nevogilde), Dr. Mário Fonseca (Nogueira) e de Lousada receberam esta distinção.

“Hoje começa um grande desafio para todos. O de continuar a ter ambientes seguros e protectores para os jovens”, defendeu Rosário Farmhouse, dizendo que o objectivo passa por entregar este galardão a mais entidades nos próximos anos, assim como acompanhar e avaliar as instituições que receberam o Selo e disseminar as boas práticas.

“É importante saber que cada vez mais tenho os meus direitos defendidos”, afirma aluna

“O ideal era que não houvesse comissões de protecção de crianças e jovens. Seria assim num mundo ideal, mas no mundo real os direitos das crianças são muitas vezes violados e temos muitas vezes de acudir a situações graves de violência física e psicológica”, lamentou o presidente da Câmara de Lousada, na sessão de abertura. Lembrando que Lousada é um dos concelhos mais jovens do país, Pedro Machado salientou que não é por ser atribuído este selo que vai haver “mais cuidado”. Ele já existia. Mas é sempre bom ver reconhecido o nosso trabalho”, argumentou.

Durante o evento houve um debate que contou com a presença de Cristina Moreira, vice-presidente da Câmara de Lousada, Ana Filipa Domingos, presidente da CPCJ da Amadora, Vera Reis, presidente da CPCJ de Lousada e José Carlos Matias, membro do júri e Comissário da Educação do Conselho Nacional da Comissão Nacional de Promoção e Protecção dos Direitos das Crianças e Jovens.

Joana Nogueira, aluna da Escola Secundária de Lousada, representando cerca de 10 mil alunos, falou na perspectiva de um jovem. “É importante saber que cada vez mais tenho os meus direitos defendidos. A nossa sociedade, além de egoísta, representa muitos perigos e é importante ter alguém do nosso lado”, afirmou. Defendendo que é preciso humanizar os jovens, a aluna de Lousada defendeu que está “numa escola segura, que luta pelos meus direitos e que me ajuda a crescer”.

Esta foi a primeira edição dos Selos Protectores. As candidaturas foram avaliadas por um júri. Os vencedores receberam o Selo Protector e uma bandeira, que simboliza a qualidade, atestada na resposta a oito requisitos exigidos para a obtenção do Selo.

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