Há “défices de liberdade” em Penafiel, em várias áreas, defendeu o candidato da coligação Penafiel Unido, que junta o Partido Socialista ao Partido RIR- Reagir Incluir Reciclar. Paulo Araújo Correia, que se apresentou, hoje, como candidato à Câmara de Penafiel, aponta a mobilidade, habitação pública, emprego qualificado e ambiente como algumas das vertentes em que os penafidelenses não podem exercer a liberdade.

“Não é verdadeiramente livre o jovem penafidelense que, querendo aceder a habitação própria no concelho onde nasceu, não consegue, porque não existe uma verdadeira política pública de habitação. Não são verdadeiramente livres os pais penafidelenses que sacrificaram a vida para que os filhos pudessem estudar e agora são confrontados com o desgosto de não ver os filhos encontrar emprego qualificado na terra que os viu nascer. Não são verdadeiramente livres os penafidelenses que nasceram em freguesia belíssimas e se vêem confrontados com um aterro sanitário que conspurca a paisagens e compromete a segurança dos rios. Não é verdadeiramente livre o cidadão que não tem transporte público”, deu como exemplo o candidato, num curto discurso realizado em frente à Câmara de Penafiel. “É exigido a nós que possamos dar resposta a estes défices de liberdade”, afirmou.

Paulo Araújo Correia assumiu que é “um enorme orgulho” ser cabeça de lista desta candidatura, mas também “uma enorme responsabilidade”. Sente-se preparado, disse, pelo trabalho desenvolvido ao longo dos últimos três anos pelo partido em Penafiel, sobretudo na formação de quadros e diálogo com a sociedade civil. O socialista afirma que tem “uma enorme vontade de construir um concelho onde se pode viver melhor” e elogiou Vitorino Silva, presidente do RIR, pela coragem de fazer esta coligação.

“Quando se coloca os destinos de Penafiel em primeiro não se discutem coisas mesquinhas como lugares”

Nuno Araújo, presidente da Concelhia do PS Penafiel, apontou a facilidade com que o acordo foi feito. “Desde o primeiro momento que o Tino disse que sim. Quando se coloca os destinos de Penafiel em primeiro não se discutem coisas mesquinhas como lugares, discute-se o futuro de Penafiel”, salientou.

Agradeceu depois a Paulo Araújo Correia a “determinação, força e energia” que entrega a este projecto político que quer “mudar o concelho”.

Depois, o líder do PS apontou baterias à coligação que actualmente governa a autarquia, a Penafiel Quer, composta pelo PSD e CDS. “Uma coligação instalada há 20 anos que pode ter trazido ideias novas no passado, mas que agora está esgotada, sem ideias e anda ao rumo dos fundos comunitários”, acusou. “Nós queremos uma estratégia definida para a próxima década de emprego, habitação, mobilidade e ambiente. Com esta coligação já não é possível. São 20 anos dos mesmos protagonistas. As obras que estão a ser feitas são fruto de políticas do PS, que conseguiu preparar os fundos comunitários para que fossem uma realidade”, argumentou.

Justificando a coligação Penafiel Unido, Tino de Rans, assumidamente “homem do povo”, usou um ditado. “Diz o povo que é sábio: a união faz a força”, começou por referir. Sobre o RIR, partido que criou e representa, salientou que é um partido “que não gosta de extremos nem de radicalismos”. “É com muita honra que assino este consórcio”, frisou Vitorino Silva, não deixando de lembrar que foi presidente de junta pelo PS e que não tem vergonha dessas raízes.

“Quando fizemos este acordo não falamos de nomes, nem me preocupei com quem eram os candidatos. Estou aqui pelo projecto. E gostei que o Paulo fosse escolhido. Gosto da frescura. Foi a razão principal para acreditar nele. É preciso frescura, novidade e sangue novo na política e tu representas esse sangue e energia”, disse ao candidato.

“Penafiel está a ficar para trás por incapacidade política de quem gere o município”

Já Manuel Pizarro, presidente da Federação Distrital do Porto do PS, que marcou presença na sessão, manifestou “o apoio absoluto do PS a esta coligação, a esta candidatura e ao Paulo Araújo Correia”.

“Penafiel tem ficado para trás. É uma cidade relevantíssima do distrito do Porto e devia ser o centro político, económico, social e cultural do Vale do Sousa e está a ficar para trás por incapacidade política de quem gere o município. Quem está a gerir está mais preocupado com jogos de poder para se perpetuar na liderança, pondo até em causa princípios básicos da democracia local”, acusou de seguida. E continuou: “é energia que não gastam a promover a criação de emprego, a melhoria do acesso à educação, a garantir que os jovens têm uma casa a custo acessível. É isso que não fazem e é preciso fazer”.

Sobre o candidato, Manuel Pizarro elogiou a qualificação e capacidades profissionais, pessoais e políticas. “Dizem que tem o defeito de ser novo. Pode ter menos passado, mas tem muito mais futuro”, garantiu.

A candidatura não apresentou ainda os nomes que vão compor a lista à Câmara Municipal ou Assembleia Municipal, nem os presidentes de junta. Adiantou apenas que o mandatário será Agostinho Gonçalves, histórico do PS Penafiel, o director de campanha Fernando Malheiro, actual vereador pelo PS, e Agostinho Soares, empresário de Penafiel, será o mandatário financeiro.