O Partido Socialista de Paços de Ferreira criticou, esta terça-feira, o PSD pacense, em conferência de imprensa, por não ter votado a favor da proposta de redução do preço da água no concelho.

O documento foi aprovado, esta segunda-feira, em reunião de executivo, com os votos favoráveis dos socialistas e a abstenção dos social-democratas.

“Este é o assunto mais relevante desde o início do mandato. O PSD sempre disse que este processo era demagogia. O voto do PSD é mostra do incómodo quanto a este dossiê. Nunca acreditaram que problema fosse resolvido. Pelos erros e responsabilidades neste dossiê o PSD devia ter votado a favor”, defendeu Paulo Ferreira.

“Esta era a última oportunidade para o PSD demonstrar de que lado está, votando favoravelmente a redução, para metade, do preço da água para os consumidores domésticos e o fim da taxa de disponibilidade. Para a história fica a sua posição pública e a certeza de que, se algum dia os pacenses lhes voltassem a confiar o seu voto, aquilo que receberiam em troca era um regresso ao passado. Quanto a esta posição do PSD, o mínimo que se pode dizer é que é uma vergonha. No fundo no fundo, o que o PSD queria era que tudo continuasse na mesma”, afirmou Paulo Sérgio Barbosa.

Os socialistas admitiram que a água e saneamento era o processo mais complexo que o executivo tinha entre mãos este mandato e disseram-se orgulhosos da resolução alcançada. Recorde-se que o tema já tinha dominado a campanha eleitoral das últimas autárquicas, com o PS a defender a descida do preço da água, uma das mais caras do país. “Este acordo é o mais razoável e benéfico para os cofres do município e os bolsos dos cidadãos”, sustentou Paulo Ferreira.

Sem um acordo, lembrou o secretariado do PS de Paços de Ferreira, o valor de indemnização a que a concessionária teria direito seria superior a 100 milhões de euros. Uma factura que seria “absolutamente incomportável e com consequências brutais para os já depauperados cofres municipais”, sendo que os pacenses continuariam a pagar a água mais cara de Portugal.

O executivo liderado pelo PS conseguiu, salientaram os socialistas, reduzir o valor da indemnização para cerca de 36 milhões de euros (e mais até 14 milhões nos 14 anos seguintes, como foi referido pelo presidente da câmara quando anunciou a descida do tarifário); terminar definitivamente com a cobrança da tarifa de disponibilidade e reduzir o preço da água para cerca de metade; acabar com “a possibilidade de novos pedidos de reequilíbrio por parte da concessionária, tendo em conta que um dos pontos do acordo transfere todo o risco do negócio para a concessionária”.

A situação é “irreversível”, garante o PS. “Dia 1 de Maio, contra tudo e contra todos, o novo tarifário vai mesmo entrar em vigor. Apesar da inaceitável e abjecta parcialidade da ERSAR e da vontade do PSD local, com o alto patrocínio do seu querido líder Pedro Passos Coelho, de que tudo ficasse na mesma, o preço da água vai mesmo baixar para metade”, concluíram.

Os socialistas garantiram ainda que todos os documentos e relatórios foram entregues ao PSD, ao contrário do que os social-democratas argumentaram na declaração de voto em que justificaram a abstenção neste tema.